domingo, 26 de dezembro de 2010

Esqueleto

Sentado no banco público esperando a vida passar lendo o jornal. As folhas de outono estavam pelo chão, haja vista a sujeira amarela alaranjada por toda parte. Às vezes todas as pessoas estavam de férias dos serviços. Eu estava folheando aquele jornal por falta de um meio confortável de permanecer na praça. Mas não lia absolutamente nada, tampouco via as fotos de pessoas que nem ao menos conheço. Naquela manhã, notei meus ossos em frente ao espelho e percebi que minha estrutura era óbvia e calculada. Por cima da pele eram só ossos comuns.
Ouvi algum barulho à direita, desprendi meus olhos do jornal e vinha uma bicicleta guiada por uma caveira, um esqueleto sorridente por falta de esconder seus dentes. Ele me olhou com seus fundos espaços negros que agiam como olhos e disse “Bom dia.”.
Eu sabia que não era um sonho, cocei minha bochecha e deparei com uma mão igualmente branca e feita apenas de ossos, nada mais a cobrir minhas verdades.
Parecia que eu não deveria me preocupar se eu era um esqueleto preocupado ou não, afinal, as coisas não tinham mais distinções e todos eram iguais.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Mondscheinsonate de Beethoven.

Meus passos eram inseguros e muitas vezes eu tropeçava em pedras soltas por aquela rua. Eu conseguia ouvir gritos horríveis dali e não só os gritos entravam ao meu pensamento; mesmo se eu estivesse muito longe dali, poderia ter ouvido o som daquele piano velho tocando Mondscheinsonate de Beethoven. Aquilo era realmente excepcional e os militares a minha volta ficaram nervosos com o som, mas continuaram a levar o pequeno grupo ao muro. Eu tinha só 8 anos, mas naquela caminhada chorei muito com as notas musicais produzidas por um homem igual a mim. Meu pai também ouvira a música e num simples olhar triste pra mim, esbanjou um minúsculo sorriso. Um sorriso que me deu esperança de que outras pessoas possam viver sem a guerra. Eu me senti mais velho, eu me senti um homem. E decidi fechar os olhos para que minha última visão pudesse ser de meu pai vivo.
Meu pai foi levado ao muro primeiro.
Continuei com os olhos fechados mais que tudo.
Fui logo após, mas agora, eu não estava com medo.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Garoto Pedro.

Pedro era um menino sadio
Mas tinha um grande problema
Vivia a esperar o navio
Vivia a esperar Jurema

Ela o deixara para encontrar
Outros ares a respirar
E o pobre Pedro a suspirar
Em cima da pedra a chorar

Diziam naquela aldeia
Que ele era só coração
Que com os pés na areia
Faria uma oração:

“Oh, pequena Jurema
Por que não voltas para mim?
Estou a tempos criando o poema
Que a trará de volta assim”

Ele gostava de sempre para o mar
Chegar a declarar seu pesar
Porque tudo que vai pra lá
Tende um dia a voltar.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mentir & nadar.

No fim das contas, o importante não era aprender a nadar e sim mentir; se pudesse fazer com que as lágrimas não formassem o rio que formou, contornando meu sofrimento a uma pequena mentira, talvez, não seria necessário ser salvo por essa menina, que cisma em falar que é mais forte e mais hábil do que eu. Está certo, e é bem verdade também, que se não fosse por ela, hoje não estaria escrevendo nada aqui. Como dizia:
Ela experimentou por muitas vezes guiar a caminho, mas ali, nem eu e nem ela sabíamos onde estávamos. Uma caverna subterrânea cheia de bifurcações. Ela dizia saber por onde ia, eu não acreditava mas a seguia.
Ao fim de algumas horas caminhando, chegamos a um jardim muito cheiroso, onde as raízes das árvores/plantas/flores estavam respirando o ar puro, enquanto o resto era afundado debaixo da terra. Raízes monstruosamente grandes formavam longos caminhos para uma estranha casa torta que estava em cima de um morro.
Chegamos à porta e batemos toc toc toc, uma senhora com um rosto rosa nos atendeu e nos colocou pra dentro, e logo, começou a nos dar comidas. Eu tava bem gostando. Mas July (o nome da metida) estava me mandando parar de comer já, para darmos o fora dali.
Afinal, aquela senhora tinha uma cauda escamosa e verde saindo de suas saias, e aquilo era estranhamente familiar. Talvez visse uma dessas no lago perto da casa.
Fugimos pela janela e rolamos morro abaixo.
Lá em baixo encontramos elefantes elegantes excitantes que conversaram conosco. Eles usavam a palavra como minha professora de literatura e tinham uma espécie de sapatinha para elefantes elegantes excitantes praticarem ballet. Contaram-nos como voltar para o mundo real e disseram que às vezes é melhor nos afogarmos em lágrimas se elas valerem a pena verdadeiramente, como é o meu caso; só de estar gostando de July, agora sei que não devo mentir:
- July, eu te amo.

No fim das contas, o importante não era aprender a nadar e sim mentir, se pudesse [...]

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O conto de Eduarda.

Linda boneca que minha mãe comprou para o meu aniversário de seis anos que tinha sido semana passada, ela estava descabelada, mas eu já daria um jeito naquilo. Estava esperando meu pai chegar do trabalho, ele chegaria ao crepúsculo e eu gostava de sempre correr e abraçá-lo antes da mamãe, assim talvez, ele me deixasse dormir entre os dois. Hoje as coisas foram diferentes.
Meu pai chegou e não me abraçou do jeito de sempre, foi uma coisa mais gelada. Ele sentou-se na cozinha com uma cara de frustração, eu estava abalada.
Por que meu pai estava tão triste?
Dessa vez, eu traria uma surpresa pra ele. Fui à cozinha e peguei sua mão, ele me olhou com a cara de cansado de homem que trabalhou mais do que devia e o puxei com mais força. Ele levantou perguntando “O que há, Eduarda?” eu respondi com um simples “Tenho uma surpresa hoje, hoje tudo será diferente.”; meu pai intrigado foi guiado por mim até a praça que ficava em frente à nossa casa.
Lá, havia vários brinquedos: balanço, gangorra, etc.
Guiei meu pai para o balanço enferrujado e o sentei, muito curioso que estava deixou-se levar, fui pra trás dele e o empurrei.
Sem muito sucesso, continuava a empurrar. O vento iria levar suas preocupações, o vento sempre leva de tudo e hoje elas seriam. Quando voltar, se voltar perder-se-iam suas essências e amanhã seria um novo dia, com um novo objetivo a seguir.
Ele me olhou de um jeito simples e fui sentar no balanço ao lado.
Ali, ao crepúsculo de um dia comum, eu e meu pai estávamos voando alto, iluminados pelas luzes que rodeavam aquela praça. Estávamos livres.
Voltamos e aí sim, ele me abraçou de verdade. Hoje eu não precisa dormir entre eles, eu só queria dormir.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

La banlieue.

A França estava coberta de luzes, naqueles dias, as coisas mais belas que eu já vi. Pequenos trechos de bicicletas passando por ruas com beleza. Eu pensando ao som de um trompete afinado que aquela era a oportunidade perfeita de tirá-la para dançar a mais bela música que sir mr jonny tocava aquela noite brilhante.
Meu pensamento era rápido e ao mesmo tempo bonito afinal, você era aquele pensamento, aqueles.
Meu corpo estava leve, concordava com minha mente que por boa que estava me chamava para perto de você. Alguém com o perfume de Paris. O som entrava e saía do meu ouvindo eu já não controlava as vezes que sorria, não conseguia demonstrar nada a não ser a jovialidade de estar naquele bar às 1:36 da manhã com você.
Seus olhos lançavam um brilho novo à cidade. Não era nada como o marrom, ou como o verde, muito menos o azul e outras cores de olhos. Seus olhos iluminavam o caminho que eu deveria cursar ao seu encontro.
Eu estava preparado, agora, iria abraçá-la e dançaria contigo neste subúrbio. Neste pequeno subúrbio, eu seria um homem, enfim, feliz.
O trompete me guiava aos passos e tu eras de fato, alguém que encanta a dançar.

A gravura desta última cena poderá permanecer contigo, amanhã sei que irá esquecer das palavras, entretanto, não esquecerás a cena que a imaginação lhe proporcionou.

domingo, 21 de novembro de 2010

Cobaia.

Tire já o café da xícara e venha cá!
Outono, dia 13 à 19; o corredor estava frio como de costume, mas a cozinha era distante da sala. E minha xícara era tão pequena.
Atravessar sempre era o certo. Aquele que gritou no começo do texto disse “pegue um agasalho, iremos subir, apenas eu e você. Veremos o mundo!”
Após milhares de experiências, eu não poderia imaginar em como estaria o grande globo, e para o que exatamente o agasalho?
Tantas pessoas já fritaram ali em cima.
Senhor senhor senhor, pensei comigo mesmo, chegaríamos lá e puf puf puf seria nossa pele a derreter.
Ali adivinhou meu pensamento e com um bom ora ora ora, me disse que as coisas estavam um pouco diferentes, afinal, passaram-se nada menos do que 4 bons e longos anos. Aos cálculos matemáticos, físicos, químicos, biológicos, geográficos, lingüísticos, literários, históricos e outras disciplinas chulas e derrotadas, já era hora de subir e ver o bom e velho planeta um tanto de perto.
O comandante me guiou por uma sala que eu nunca teria entrado se pudesse escolher e com o tloc tloc tloc dos passos dele, o vi colocar uma roupa protetora. Disse que eu não precisava disso, pois era jovem. Jovem burro, que sou.
Subimos por uma longa longa longa escada até o bueiro principal e com um staaap, ele foi aberto. Logo eu estava de pé na superfície plana e perfeitamente lisa, assim. E o comandante, amigo meu. Inimigo meu agora, me trancou na superfície e fui sentindo que o calor passou realmente, o tempo estava agradável, porém, meu nariz começou a sangrar brutalmente. O gás que eu respirava que entrava fazendo shhh shhh shhh shhh, me deixou tonto e aí vi as câmeras, antes de morrer levantei o dedo médio. Animais escrotos, me mandaram pra morte;
Jovem burro & cobaia.

sábado, 13 de novembro de 2010

O pequeno mundo dos animais.

O trovejar já veio novamente a apavorar-nos.
Outra vez, sinto a terra tremer sob meus pés, ela está acordada, está levantando.
Eu tenho um amigo, Pedro Puertes, ele me disse que há uma conspiração contra todos os seres humanos, esses, não sabem de absolutamente nada. Quando tudo for revelado, os nossos irmãos que estão a bilhões de quilômetros de distância resolverão conhecer a origem do que lhes convém.
Me disse também, que homens como os presidentes e os poderosos terão cadeira na arquibancada para assistir a destruição de tudo que nós, pessoas que não são importantes para ninguém, construímos.
A terra tremeu mais uma vez.
As ferramentas já estavam sendo preparadas por homens que andam de verde, como de costume. Irão destruir a maior invenção.
Pedro e eu sabemos que não há muita chance de nós fugirmos daqui para poder vagar por galáxias imaginárias por aí.
Mas o que Pedro e eu não sabemos é que só ele vai sobreviver.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Penso gordo, falo magro.

- Como está?
- Muito mal, cara. Mal posso respirar com essa roupa, essa coisa é o que?
- Isso é algodão.
- Cara, eu estou de dieta sabia?! Estou me sentindo até menos gordo.
- Impressão sua, você pode até ter perdido uns 10 quilos, mas 10 quilos não faz a menor diferença...
- Ei, cara. Isso foi bem agressivo sabia?!
- Sabia, sabia. Que coisa fútil de sabia. Sei muito mais do que você, seu saco de banha.
- Cara, eu vou quebrar a sua cara.
- Não, você não vai. Só se vier rolando até aqui.
- Aaaarg, você me paga!
- Olha só gordo, tu tem 427 quilos. Você está deitado nessa cama há três dias sem tomar banho.
- Isso não é verdade.
- Ah, não é? Então qual é a verdade?
- A verdade é que minha mãe joga um balde de água onde tem que jogar.
- Isso é patético e nojento ao mesmo tempo.
-Ei, cara. Quantos anos você tem?
- Tenho 17 anos. E você, gordo?
- Eu tenho 34.
- Hm.
- E sabe qual é a grande verdade, palhaço? Eu gostaria de saber minha reação de como eu iria ficar. Ok. Está aí seu merda, olha no que você vai se transformar se continuar comendo no McDonalds e em seus derivados durante o resto da sua vida. Eu, o gordo, sou você no futuro, babaca. Continua se chamando de gordo que só assim você toma vergonha nessa cara e tenta reverter essa grande merda que eu/você fiz/fez. E agora, quem sabe mais?

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

garoto

Acordo praticamente todo dia às 6 da manhã pra pegar o ônibus que me leva a escola, às vezes o ônibus está cheio, às vezes eu sou a única pessoa a pegar o ônibus, mas naquele dia você estava sentada num dos bancos;
Ok, você. Mas eu não te conheço, e a primeira coisa que pensei ao lhe ver foi: Eu tenho um novo amor.
Isso não é exagero, não pra mim que não sou inconstante assim em relação ao amor.
E tipo que você olhou totalmente na minha direção e abriu um pequeno sorriso, desviando o olhar. - Seu bobo, reparou até nos detalhes.
Você estava lá e eu até esqueci de andar e me sentar, portanto fui cutucado por uma senhora que estava atrás de mim e ainda disse: tira essa cara de bobo!
Eu não conhecia aquela senhora não é?
Bem, esses ônibus são diferentes dos normais, os ônibus daqui têm uns bancos virados para os outro, assim sendo, uma “cabina com quatro lugares’, porém, sem paredes.
Sentei de frente pra você, alguns bancos à frente, mas aí sim reparei no homem ao seu lado. E mais uma vez a velha falou comigo, me mandou fechar a boca senão ela iria descolar do meu rosto. Inconveniência braba. Ok.
Ele a beijou.

Ele a beijou novamente.

Novamente.

Novamente.

- Pare com isso! – ouvi minha voz e a tampei a boca ao mesmo tempo assustado. Todos olharam pra mim assustados.
Está bem, encarei a realidade, eu nunca teria aquela menina. Desviei meu olhar pra janela pra despistar meu constrangimento e notei dando um salto e saltando uma exclamação: Estou a 3 bairros depois do meu colégio!
Legal, peguei o ônibus de volta e o meu dia seguiu o mais chato possível.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mito do subsolo

No subsolo os homens dormiam, os homens viviam. Até hoje me pergunto o que comiam. Bem, eles comiam. Eles estavam presos por seus pensamentos primitivos. Nunca chegaram à superfície e duvidavam cegamente que existia alguma superfície.
Onde um homem, do grupo dos enterrados resolveu buscar uma resposta para a temida ‘superfície’.
Ao acaso, encontro uma rachadura no teto, num lugar inabitado pelos seus irmãos, nada muito grande. De lá ouvia-se barulhos e movimentos. Oh, é claro. Há vida na superfície.
Mas por méritos apenas dele, foi-se encontrar uma maneira de subir. Esperteza e agilidade o ajudaram na façanha. Com algumas ferramentas que lutou para conseguir, abriu uma fenda suficientemente grande para um homem adulto.
A claridade aumentava tanto que seus sensíveis olhos não agüentavam por tanto a luz, tapou-lhe com as mãos o sol, porém a dor era grande nós olhos.
Chegou a acreditar que estava no inferno dos infernos. Ficou horas, sentado perto do buraco com os olhos fechados. E foi cerrando-os. Seus olhos ainda doíam, mas ele as viu: as flores, a relva, as frutas.
E aí chegou a acreditar que se tratava do paraíso. Oh, mas ele não morreu!
Ali era a superfície, um lugar lindo, porém muito claro para um homem sem sol.
Resolveu voltar para o subsolo e contar a todos o que viu e o que existia além do teto ou chão.

Pobre homem engenhoso. Além de não acreditarem nele, foi espancado até a morte por seus irmãos.
Os seres humanos não conseguem mudar a vida de uma hora para outra, não conseguem acreditar em uma nova ideia depois de acreditar em outra por toda vida.
Essa é a realidade.

Uma versão criada por mim do “mito da caverna.” De Platão.

domingo, 31 de outubro de 2010

1

Sou francês.
Onde em Lantosque me formei como arquiteto e era obcecado por poemas em português. Busquei a vida de Alexei Bueno, um poeta, brasileiro.
Ele me mostrou coisas muito interessantes como a obra de Matthias Grunëwald, “Retábulo de Issenheim”. E um dia assistimos Captain Tsubasa juntos em cima de uma árvore na Ilha do coco, uma ilha costa-riquenha, gostei de lá. Mas o deixei e esbarrei em nada menos que Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, que me explicou sobre senado e me mostrou sua extensa árvore genealógica. Logo após, Viajei para Herten, na Alemanha e vi em seu museu o esqueleto quase completo de um ophthalmosaurus. E lá, li também sobre os ataques a tiros em Beltway de 2002. Que decadente. E também por lá encontrei Jessie Baylin, ela estava visitando o local e me chamou para passar uma tarde. Conversamos até sobre a região metropolitana da Baixada Santista de São Paulo, e que conversa. E fomos pelas ruas de Herten demonstrando gratidão a qualquer pessoa que passasse, ela é uma beleza. Ela me disse que se não fosse cantora seria médica. E disse que se espelhava em José Eduardo Souza, um médico cardiologista brasileiro. Eu a interrompi a meio a uma história de ratos em Nova York que ela me contava e disse que meu voo para o Brasil iria partir nesse instante. Corri para o aeroporto e já de noite, observei 16037 Sheehan, um cometa que ia passando como um disco voador.
No aeroporto mudei completamente de ideia e fui para Dubai, visitar Dubai mall. No avião fiz amizade com um escocês que me ensinou uma palavra “Sídhe” que significa em português: montes de terra. Fiquei morrendo de vontade de aprender essa língua, mas caí no sonho: sonhei com um homem crescendo, indo pra escola, indo pra faculdade, indo pro trabalho e morrendo, ó, que tristeza. Esse homem não aproveita a vida. No desembarque encontrei Jandi Lin, uma atriz pornô de filmes norte-americanos. Minha nossa! Conversamos pouco, afinal. No shopping comprei um calendário ático, o disco de Insision, uma banda de brutal death metal da Suécia e assisti Hermes e Renato na sala de vídeos, hilário.
Ao fim deste dia, viajei pra casa em Lantosque e vi um filme “Poucas cinzas” que tratava-se de um filme pós 1ª guerra mundial. Enfim peguei no sono novamente e aqui acaba a história.

sábado, 30 de outubro de 2010

Diálogo da primavera.

- E digo: hoje é o último dia de primavera; estão preparadas para a chegada do verão? – pergunta a voz de um girassol ecoando.
- ó, claro! Eu amo o verão! Nós podemos receber o calor do lindo sol com mais intensidade.
- isso já chega a ser um problema sabia, margarida?! – dessa vez já era a rosa azul falando. – o sol está cada vez mais quente e nós não somos regadas como deveríamos.
- ó, rosa azul, a senhora tem razão. Não tinha pensado por esse lado.
- Margarida, precisamos de um bom humano que cuide-nos. Adoraria ter um. – disse a rosa azul.
- ó rosa, já é bem difícil estar presa ao chão e quase sempre ser pisada por um deles. – disse a margarida com azedume.
- não podemos nos rebelar contra eles, margarida – dessa vez, quem disse foi uma tulipa.
- ó, é claro que devemos, afinal, eles são os verdadeiros culpados por todo o mal. De branca fico rosinha só de pensar neles. – aborreceu-se a margarida.
- ok ok, margarida. E o que vais fazer?
- Nada tulipa. – disse a margarida tristonha. – Não passo de uma simples florzinha pequena que não alcança nem 6 centímetros de altura.
- É, margarida, mas nunca pensaste que você e todos nós, flores, plantas e derivados que damos vida ao homem? Pois se nunca pensou nisso, você não sabe de muita coisa.
- ó, sou uma flor ignorante, tulipa.
- pode ser, mas você sim, luta por seus ideais, margarida. E muitas flores deveriam espelhar sua própria existência a você.
- ó tulipa, o que tens de bonita tens de simpática. – disse margarida sem jeito.

E nesse diálogo, as flores preparavam-se para o verão e viviam seu último dia de primavera.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

veshkas traumatizantes.

Eu era um garoto estranho, eu tinha um desejo secreto.

Quando a guerra começou, meu pai entrava e saía de casa, tenso. Deitava e não descansava, ele estava sofrendo. Ele tinha medo da guerra.
Eu me importava. Eu amava meu pai.
Quando em um dia, não muito depois do início da guerra ele não voltou, eu já sabia.
O exército o chamou e assisti minha mãe em prantos chorar.
Aquilo não era bom.
O pai de um menino da rua de baixo havia morrido poucos dias atrás e senti pena por ele.
Tudo o que conseguia pensar até ali era: ‘eu sou um inútil’, ‘sou um imprestável’.
Eu tinha 9 anos, mas minha consciência era estranha, assim como eu.
Só por não condizer com a minha idade, sofri.
Com o término da guerra, já estava cansado de esperar por meu pai.
Meu herói morreu em um campo de guerra assim como inúmeros heróis de vários amigos meus.
Mas eu ainda tinha um desejo: Quando adulto, teria capacidade mental de suportar idéias nunca vistas nos sonhos mais absurdos do ser humano mais criativo que habitou este planeta, escrevo essa carta agora com 16 anos; amanhã serei o garoto estranho que irá acabar com tudo. Eu irei acabar com o mundo. Eu irei destruir o mundo que tirou meu pai de mim.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Leia isso agora!

Eu ainda acho que você não faz parte disso tudo
Ainda acho que tudo poderia resolver-se sozinho
Com o simples toque.
Você não está libertando o que está preso.
Pense nele como a última saída. Apenas como a última saída.
Mas a sua vida ainda não acabou.
E olha só quem pode vivê-la. Você;
Não que seja fácil, é claro que não é isso.
A razão está acima de você e abaixo estão seus comandos.
Uso-os conforme a razão gosta, entre na dança.
Não durma. Não sonhe. Não descanse, ou descanse a preocupação.
Querida, eu não sou opção, me desculpe.

domingo, 24 de outubro de 2010

expressar, amor, você, difícil.

Eu a observo quase todo dia.
Você não sabe, é claro. Mas eu a observo.
Eu me sinto um bobo por ser assim, Porém mais inseguro.
Você tem a maneira perfeita de me fazer achar, de quase me dar a chance. E eu tenho a maneira imperfeita de me mostrar.
Na verdade, hoje estou perdido por querer viver a procurar você em todo lugar. E por vezes costumo me ver mal. Pelo motivo simples que é: isso não me faz bem.
E o que fazer se você me deixar, a encontrar outros rumos, os rumos divinos em qualquer lugar; em uma avenida, a deitar, pela calçada, a chorar. Mais que sempre a pesar, um vulto, a destacar da multidão.
Então me olha, pela primeira vez em meus olhos. Eu não consigo escrever o que sinto.
Eu não sou ruim, olhe pra mim!
Eu não sou mau, eu não assassinei o amor. E olha o que restou?! O amor. Pobre amor;
Mas você quer ficar. Eu digo:
Permaneça comigo! Permaneça comigo, por favor!
Não vá. Não quero deixá-la partir. Não vá.
Eu sinto que quer ficar, Eu posso sentir.
E você vai, vai embora. Deixa-me sozinho.
Sem a imagem, sem o som, sem o brilho, sem o sol.
Seus olhos vidrados são apagados.
E tudo por um coração defeituoso, assim como o meu.
Para com você. Para com o mundo.
Para não ver. Eu nunca mais irei ver.
Você.

sábado, 23 de outubro de 2010

Cotidiano 1

Sentado na fila de um banco conhecido, resolvi observar.
Observar o comportamento de pessoas que seguiam suas vidas.
Elas entravam, passavam pela porta giratória, passavam pelos guardas que davam ar de segurança para alguns e ar de insegurança para outros (eu me senti indiferente a presença deles, não que eu ache que eles irão proteger-me ou ache que eles irão render-se a algum possível assalto. Só não me importei.). Pegam uma senha. Sentam-se em cadeiras desconfortáveis e esperam. Esperam. Esperam a chamada. A chamada acontece, eles falam com os atendentes. Os atendentes mostram os dentes para confortá-los. As pessoas saem satisfeitas e passam pelos guardas e mais uma vez pela porta giratória.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mau dia.

Eu sinto o cheiro da manhã
Sinto o cheiro do café
Sinto o relógio louco pra cantar
Só por não rimar
Falarei para mostrar
Que nesta manhã eu quero estar
Livre a quebrar, as regras a não fitar.
Por não querer viver, nem mesmo exercer
Mais o papel de nunca condizer
Vivendo, permanecer, vivendo, amanhecer;
A cada manhã de vez em quando
Mostrando e duvidando, mostrando e duvidando.
Do amor que me cercava ali na madrugada.
Apenas a esperar, todo o ar que há.
Apenas na manhã, me sinto como a maçã.
Desejada e cobiçada, desejada e cobiçada.
A maça não está lá, a manhã está lá.
Meu coração já não é completo.
Por isso sou inquieto.

sábado, 16 de outubro de 2010

João ninguém.

João ninguém vivia em uma casa imaginária
Lia livros inventados, brincava com animais gigantescos,
Com insetos gigantes, que eram seus amigos;
Criava gado dourado e aves prateadas.
Jogava dominó conversando com as peças e ria.
Comia frutas com formatos de tacos de beisebol,
Grãos de três metros e bebia vento das montanhas do norte
Dormia no nada e no nada sonhava,
Sonhos disformes, de pessoas monótonas.
De sombras em prédios, de automóveis rápidos.
Em sonhos, viviam as traições e a raiva de pessoas estranhas.
Estranhas eram aquelas que morriam com rancor
Os sonhos sempre eram de coisas que nunca iriam existir
Para João ninguém. Com João ninguém, ninguém.

sábado, 9 de outubro de 2010

Encontre a conexão

Estou cansado da falsidade
Cansado de te ouvir falar
Cansado de morrer de vontade
De você.
Estou morrendo, é verdade.
Estou com pressa de abraçar
Estou com pressa, é verdade.
Estou morrendo por abraçar
As estrelas não estão longe
As estrelas querem brilhar
Eu não quero decepcionar
Eu não quero.
Porém, não tenho forças, você sabe.
Elas só estão ali, não podem parar.
E eu a via nelas, e você vivia em mim.
Pois sim. Enfim.
No meu peito encontre-os
Momentos/sonhos/lugares
Que você vai estar
Que você já esteve
Que você vai morar
Pra sempre comigo
Mesmo sem querer.
Querendo não há como
acontecer.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Liberte-se do sempre.

Levante-se daí!
Não jogue seu tempo fora!
Feche os olhos, respire fundo. Sinta o ar entrando, sinta o ar adentrando você. Escute, escute, escute o ar dentro do seu corpo, ele quer gritar.
Levante as mãos! Olhe como elas são belas.
Olhe como a liberdade as cerca. Você está aproveitando isso? Você sabe que pode acabar. Você sabe.
Libere seus desejos, despeje seus sonhos. Misture-os!
Queira ver o resultado, pois não a nada mais patético que perder a vida reclamando, sofrendo.
Tente outra vez, arrisque novamente. Usa a cabeça, abra-a.
Mostre que não és oco, tente correr. Tente morder. Tente construir. Tente persistir.
Tente concentrar. Tente continuar e continuar...
Você sabe que é especial. Você sabe que sua vida é muito importante. Você sabe disso.
Então, Mostre ao mundo!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

love

O mundo gira em torno de um abstrato comum e diferente de qualquer outra coisa: o amor.
Muitos cansaram de ouvir, ler, falar, escrever para tentar descreve-lo. Outros morreram sem senti-lo. Outros não o reconheceram, não o reconheciam. Alguns preferiam não sentir-lo, preferiram não senti-lo. Não abusa-lo. Não consumi-lo por medo de condensar-se ao próprio coração, a ambos os corações.
Alguns descobrem de uma hora para a outra. Outros levam uma vida para descobri-lo. Mas já o sentem.
Como lidar com o amor, se o próprio não está nem aí para nós? Ele o quer, ele a quer.
Ele nos quer, ele vos quer. Sinto-me cruel, desatando as avessas o que não tenho tanta certeza da palavra.
Mas é certo, quando digo que o amor fere. Organiza-se. Organiza-se. Oh amor, organiza-se para todos aqueles que o amam, da mesma forma que não estas ligando para eles. Da mesma forma que não se importa comigo, nem com meus amigos e nem com o próprio amor. Respeite-se. Por favor.
Respeite-se, por favor.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Artista melancólico.

Eu vivo outras vidas, em nenhuma sou verdadeiro.
Em algumas posso sorrir, em outras posso chorar.
Mas isso não me torna vulgar, e nem mesmo descontrolado.
Sei que nada posso ser, enquanto desmorono ao teu lado.
E também sei, que o meu amor é falado.
É vivido. É amado de maneiras singulares.
Com movimentos de carícias particulares.
Poupando-os do terror que seria o que tenho em mim.
Naquelas vidas, oh sim.
Mesmo que alarmado, azucrinado e mais alguns adjetivos.
Descrevam-me de um jeito pago. Sem afago. Com aplauso vago.
Já estão sentindo-se oprimidos?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Corações, oh. Pobres.

Caminhei dentro de corações embaraçados
Que sofrem sem parar.
Observei que, por muitas vezes eu não pude respirar,
Por não poder me concentrar.
Vi-me sem um pingo de esperança a olhar no seu olhar.
Pude ver que você não pode ter algo mais
De que alguns sonhos nesse lugar.

Senti-me mal. Senti-me cansado.
Oh, eu só estou aqui algumas horas,
Eu não posso acreditar
Que você está aqui, que está sem mim.
Que está sem ele, que ele não conseguiu.
Pois o que eu sabia, aconteceu.
Mas não posso continuar, nem por muito,
A devanear.
Nem por pouco a devanear.
Todo devanear de todos os corações estão perdidos.

Todos os corações bandidos.
Todos os corações abatidos.
Todos os corações fracos.
E todos aqueles lânguidos.
Eles estão perdidos. Estão caindo. Estão morrendo. E não podem voar.
Eles estão derrotados.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Imagine as dobraduras.

Acho que eu estou buscando algo parecido com vocês. Por estar apenas caminhando, por estar apenas sem as responsabilidades. Talvez eu não goste do prender e sim do soltar.

Hoje, eu percebi que um simples papel pode metamorfosear-se em qualquer coisa que nossa imaginação nos conceda seguir e pensar. E se conseguimos sentir-los, eles irão nos sentir. A cada toque. A cada dobra. A cada toque e dobra.

Resolvi, criar em minha cabeça. Dois.
Duas pessoas brilhantes, delicadas e ideais. Com os 4 versos os imagino, atravessando uma rua e rindo com suas belezas:

Os vejo caminhar, Os vejo flamejar.
Com olhares calorosos os posso ver.
Os vejo renascer, Os vejo encantar.
Por sempre querer embevecer.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Texto sem título.

Você está me filmando sem um pingo de compaixão.
É isso o que eu acho.
Pense bem: você não está só gostando dela, você está apaixonado por ela, mas os grandes problemas estão nas afirmações.
Poucos sabem, ou melhor, ninguém sabe o que eu sinto por você. E mesmo assim consigo morrer de agonia por isso. Poucos sabem porque ainda tenho minhas dúvidas de que meus amigos passam desconfiar, mas isso é só uma hipótese e se você faz parte... já é outra coisa.
Outro grande problema disso tudo é o velho amigo de cada pessoa: ciúmes.
Eu o odeio. Mas eu tenho sempre que conviver com ele e ele comigo. Simples assim.
Espero que eu consiga proferir pra ti, algum dia com toda sinceridade, que mesmo que você me evite, me desloque ou mesmo me mate de ciúmes. Eu nunca vou deixar de amá-la daquele mesmo jeito aconchegante e mentiroso, como um amigo de sempre. Como um amante decadente.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O marinheiro pirado.

Como de costume, levantou às 6, pegou seu caxangá e caminhou pelo coração do navio, realizando ordens dadas por comandes, tenentes e coronéis. Era feliz por estar onde amava e sempre com disposições de dar inveja aos colegas jovens mandriões.
Seu nome era Tanío Rutempür e era conhecido como o marinheiro pirado.

Por querer sempre acabar afazeres, começa-los bem antes dos previstos e sentir-se feliz de servir a pátria alemã. O que o marcava ainda mais, era o jeito como gostava de pássaros. De todos eles. Seu passatempo não secreto era sentar-se em algum cais, por mais pobre que seja e olha-los voando de um lado para o outro, os pássaros. Amava mira-los e tentava-os proteger. Oh! Caro homem.


De relatórios experimentais à limpeza de chão ele estava presente, e o mais importante de tudo: Com sorrisos irradiantes de apenas 6 dentes.

Chamavam-no de pirado, mas o próprio não ligava. Dizia-se sim, ser pirado pela pátria. Sua inocência era tamanha. E qualquer um poderia até ser contagiado por um simples marinheiro pirado.
O pobre marinheiro pirado faleceu junto ao seu navio quando foi atacado e afundado no oceano Atlântico por um submarino americano. Seus olhos permaneceram na minha memória, nunca irei esquecer aquela sombra, sentada no cais a observar e escutar: O canto, o canto das gaivotas aventureiras.

sábado, 4 de setembro de 2010

Meu eu idiota.

Eu estou esperando algo novo acontecer.
Porque eu estou frio. Desde que você me abraçou (matou).
O culpado fui eu, sentir medo é normal. Mas agora eu vivo martirizando-me pela incerteza.
Todavia, nem tudo está perdido. Tirando tudo aquilo que me cala, tirando tudo aquilo. Eu só estou cansado. É bem difícil passar aqui meus sentimentos banais.
Hoje sou taxado de insano. Eu nem queria isso.
E a verdade é que não estou pronto pra você.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Nada além daqueles remédios, sabe?

Mais do que pensar. Outra coisa.
Mais do que amar, sabe?
Aqueles dois amigos de jornadas
Estão aqui para dosarem seus coquetéis.
E estão esperando algo mais
Um pedaço de vida? Sim, sim.
E a cada semana a fila engrandece
E nem mencionarei os meses e anos, está bem?
Mas Já não adianta falar, pois mal.
Acho que sendo um futuro incerto como és.
Não deveria estar escrevendo coisas assim, porém,
Estou escrevendo e estou relembrando
Que escorregar nos coquetéis e perpassar
Será, com certeza, algo ainda mais comum.
Dizem que...
Fim.

sábado, 14 de agosto de 2010

A causa.

Estou infeliz. Estou desenxabido.
O passado me lembra por quem eu já lutei. O passado me lembra quem eu já amei.
Eu tinha apenas uma família e não buscava outro palco. Eu estava desolado. Com muito esforço, paguei um pequeno quarto em um hotel torpe e escrevi a carta:

“Todos aqueles que brilharam pela nação, todos aqueles que sofreram com a destruição. Mostrem-se, por mim, agradecidos; sei que nada sou para lhes falar, pois sou apenas um velho, que há muito não pode pagar a própria conta; que a muito não pode mostrar por conta própria, os sentimentos escondidos em um coração morto.

Escrevo nesta carta, por querer honrar mais um desses homens coitados. Lágrimas surgiram quando não recebia uma única notícia dele Meu filho. Que havia ido para a grande guerra. Pior que isso, só minha mulher com gripe espanhola sendo destruída por dentro. Pobres almas que se foram com a doença e com a 1ª guerra mundial.

Oh, mas meu grande amor, minha esposa, faleceu. E o corpo do meu filho voltou, sem vida. O inverno nunca tinha sido tão frio, naquele ano o sedentarismo abateu-me. Para sempre, calei-me e fui ficando cada vez mais dependente de remédios. Vivi sozinho por anos e anos. E não gostava da insônia, oh a insônia. Eu desejava ter uma noite em paz. Mas isso nunca aconteceu. ”


Levantei-me da escrivaninha, e achei que o cemitério era o melhor lugar para chorar. Lembrando. Lembrando. Pensando. E chorando.

Depois de tudo, eu estava vazio.

sábado, 7 de agosto de 2010

O velho do cais.

O mar está alarmado.
Eu consigo sentir os sabores do oceano. Estou descalço, sinto a terra sob meus pés. Meu coração está acelerado. Minha mente viaja para todas as partes da minha vida. Quase posso sentir os carinhos da minha mãe, do meu pai. Quase posso sentir.

O ar está cada vez mais rarefeito. Posso sentir a minha vida indo para o mar.
Não consigo controlar as emoções, o fim está tão próximo. Só pude escolher o melhor lugar do mundo. O cais. O amanhecer.
É difícil dizer adeus. A curiosidade já ultrapassa o medo. Mas eu sinto dor. Muita dor.

Hoje, em meu último dia, não posso dizer que o final está sendo feliz, porém minha vida foi um conto de graças. Eu tive ajuda dela para que fosse assim, minha esposa.
Conseguia amá-la mais do que a minha vida. Aliás, ela era a minha vida. Mas se foi. Ela levou o brilho dos meus olhos. Estava completamente sozinho e com muito frio.

Nas circunstancias que eu estou não me gabo. A velhice consegue me pegar de jeito. Óbvio que o meu corpo está gasto, aos 67 anos não consigo me manter mais.
A estranha doença que tenho me deixa confuso e desmemoriado. Com tosses monstruosas e dores de cabeça insuportáveis.
Os médicos me deram apenas quatro meses e minha esposa me deixou antes disso. Mas esse pensamento é tão egoísta, não me parece correto. E no meu último dia, eu só espero fechar os olhos e dormir para sempre.

domingo, 1 de agosto de 2010

Um caso familiar.

Meu braço já doía, normal depois de ficar segurando aquela criança por mais que 2 horas esperando, esperando. Talvez em vão. Pois não via sinal daquela moça que havia me passado a criança para que fosse correndo buscar o remédio da própria. Pensei então, que a casa fosse longe, mas já estava desistindo desse pensamento. A mulher fez de caso pensado, deixou a criança comigo. Entregou a alguém que talvez fosse cuidar da menininha que estava no meu colo. Sentei para repor ideias na cabeça, estou perto da minha casa e uma estranha me entrega uma criança que pode ser ou não, sua filha.

Minha casa sempre foi um péssimo lugar para se viver. Meus pais brigam, minha irmã é revoltada e tudo está sempre um caos. Tento viver bem lá, e penso em como seria se eu a levasse pra casa.

Pergunto-me: eu cuidarei dessa criança?

A resposta que vem imediatamente me surpreende: sim.

Mas eu não estou preparada para assumir essa responsabilidade; o que falaria minha mãe, quando chegasse com esta linda menina nos meus braços mais tarde? Ou que iria dizer meu pai?

Contorno esses pensamentos e resolvo esperar e esperar mais um pouco. Em vão. Com certeza.

~

Chego em casa por volta das 5 horas da tarde, a menina dorme em meus braços e faço o possível para não acorda-la. Minha mãe logo me vê.
O rosto dela se contorceu de tal maneira que me perguntei se ela tinha gostado da visita. Mas a verdade era que ela não tinha ideia de quem era a menina. Expliquei tudo e minha mãe sentou no sofá. Respirou fundo. Disse-me baixo que eu não sabia o que estava fazendo.

Aquela menina estava ali para alguma coisa, ela me deixava alegre, feliz. E percebi que minha mãe também sentia. Ela fazia bem, nos fazia bem. Pude sonhar com um futuro.
Meu pai chegou em casa, com ares de cansaço, como sempre. Ele me abraçou forte quando lhe contei minha história, e fomos todos dormir.

Na manhã seguinte não existia mais nenhuma criança. Ela se foi e deixou sua energia em nós, fomos tocados.
E mais uma família que recupera suas forças.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vida. Pós vida.

Não. Não. Não.

Ontem eu estava desinteressante, não mais. Como vivia muito antes de te conhecer, e achava que em outrem estava o grande amor. E como consegui me ver errando tão desonradamente. Nas telas, que eram cheias de cores, desbotaram-se quase tão depressa quanto alguns meses de flores que não iam durar todo o sempre, murchas. Os rostos que nos viam passar davam graças por terem visto o grande amor, menos meus entes queridos. Os bosques sorriam para nós, sorriam para a nossa juventude e para a nossa falta de atenção. Eles curtiam as nossas fugas de lugares monótonos e nos abrigavam em arvoredos acolhedores. Mas todo esse jogo de belezas não era tão belo, e um fim teve.
Nem todos gostavam do nosso jeito de amar e fomos por muitos, devorados por insultos. E Alarmada como eras, não pode deixar de não olhar para trás quando se foi. Com vergonha. Do infortúnio.

Mil lágrimas eu chorei, pois por ti, fiquei consternado.
Achei com dificuldade, plenas forças para reerguer-me. Porque eu não estava bem sem você. Com você, meu mundo despencou.

Hoje, nunca mais olharei por mim. Pois sim, vejo todos os pontos possíveis desse novo amor. Não me queixo de você, pois sempre me acolheu nos momentos mais insanos desta minha vida.
Hoje, gosto de olhá-la nos olhos e sentir o calor que o teu colo me provoca, gosto de brincar com seus cachos e admirá-los de toda formosura.
Contente contigo sempre estarei, pois me mostrou as belezas novamente. E não mais, caí nos aconchegos féis.

Quero, mais uma vez contigo.
Viver novamente, pois estou cansado da morte.

domingo, 25 de julho de 2010

Ladrão de terno.

Pensam que eu não sei. Pensam que não sabemos.

~
Quantas vezes eu vou acordar sentindo aquele vazio no coração, ouvindo o meu filho dizer: “olha só como as coisas são mais simples, fazendo-as do nosso jeito”?. E a consciência não me deixará em paz. Com todas as atrocidades das ruas, dos hospitais. Das pessoas. O medo que a cada dia fica mais forte e a insegurança é plena e verdadeira.

Pobres almas que acabam sofrendo por que eu sou um grande palhaço e só ligo pra minha insignificante carreira. Só ligo pro meu terno roubado, não ligo para meus súditos queridos infernizados. Não ligo para nada. Mas estou aqui para ligar. Acreditaram em mim e hoje sou um cara bem odiado por muitas pessoas, como eu sabia que aconteceria.
~

Contra esses animais políticos, criemos uma greve, criemos o movimento que os prenda. Que faça esses caras de pau, pagarem por tudo o que fizeram aos meus irmãos. Aos seus irmãos. Porque ele não vai se importar se nós estamos bem. Burros fomos nós que o propusemos nas alturas do cargo e hoje somos pisados e destruídos por todas as atitudes impensadas dos monstros que nos comandam.

Parabéns a nós. Parabéns a eles.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Não posso deixar acabar.

Espero nunca esquecer dos lindos momentos que passei contigo naquele cais com navios a chegar, navios a partir. Espero estar segurando a sua mão sempre que lhe ocorrer o medo, sempre que lhe faltar força pra prosseguir, porque eu não posso e não consigo esquecer do mar que via ao olhá-la de longe, ou do infinito que eu só enxergava olhando nos seus olhos, ou ainda assim abraçando toda a minha felicidade que era você.


O tempo é meu inimigo, e você pode observar. Que mesmo com todas as incertezas no ar, eu não posso deixar que parta sozinha para longe, pois eu não aguentaria sentir sua falta. Eu não aguento o peso das suas respostas soltas ao vento para com o meu desejo de você. Para com o meu desejo de te ter. Para com o meu desejo de morrer.


Porque sem seus pesares de alegrias, não irei cotejar a minha vida com a de outro qualquer, pois estarei feliz por mim. Por você. Por todos.
Esperarei por isto até parar de respirar, até perder o chão neste lugar. Até morrer sem gritar. Sem sofrer. Pois estarei com você, mesmo que em pensamento, mas sim, estarei com você.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Just dead.

Penso muito nas coisas que me fazem bem, normal. Mas se pararmos para analisar os detalhes desses sentimentos, podemos muito bem nos perder na tamanha bondade, sinceridade, beleza, positividade que nos cerca. E quando recebemos uma carga muito extensa de emoções boas, surge à felicidade. Nada mais simples que a felicidade, certo? Não.


A felicidade é realmente simples na ação, mas é complicada descreve-la. Talvez, o que falta a mim, é a aliteração da felicidade nos meus versos, nas minhas palavras. Posso estar enxergando o mundo de um jeito muito cruel. Posso estar socando a parede sem perceber, e só parar quando houver um estrago. Mas a melancolia que corre por minhas estrofes são verídicas. Então, acho que a morbidez me segue. E não só a mim.


E se a felicidade é a falta de tristeza, depressão; eu posso orgulhar-me de não estar preso e não depender dos vícios da felicidade. Não que eu seja uma pessoa amarga, depressiva, triste. Eu sorrio, faço feliz estando feliz. Mas não dependo. Não me prendo.
Sofrer faz parte da rotina. A felicidade não me prende. O seu amor não me prende. O que me prende é a minha liberdade. E se escolhi viver assim, eu vou morrer sozinho.


Eu estou morto. Morto.

domingo, 11 de julho de 2010

Desabafo.

Deixe-me tentar chegar a ti.
Porque o desafio consegue e me prende.
Fazer de você, um amor.
Deixe-me provar e seguir.
Porque a tempos ninguém entende:
“O que você fez por amor?”

Mas os dias se passam e com eles
Minhas energias esgotam-me,
Sem perceber, já me compeles.
Por fazer de mim; ordenam-me.

Por tudo que eu já tentei.
Por tudo, me questionei.

Até porque, sou mais um tolo.
Que cai por suas graças,
Que não chora porque quer,
Não me contendo; oh mulher.
Por suportar suas várias falhas.
E que não acha um consolo.

Hoje, eu deixo você ir.
Sem mim, sem enxergar.
Todas as coisas mais belas
Que pude lhe mostrar.

sábado, 10 de julho de 2010

Incerteza.

Acordei no banco daquela praça em ruínas e estava completamente perdido.

Não me lembro de muita coisa, só lembro que fui dormir em meu apartamento no Rio de Janeiro depois de um longo dia de trabalho, estava cansado e adormeci quase instantaneamente. Naquela noite, meu telefone tocou pelo menos 20 vezes.

Voltando à praça, aquele lugar era estranhamente familiar. Mas me lembro desse lugar bonito, saudável. Uma sensação muito louca que eu estava sentindo ali, sentado no banco daquela praça. Levantei e só aí, notei que o clima estava amarelo. Mas era um amarelo fraco. O ar, as paredes, os objetos, tudo estava meio que irreal.

Não estava gostando nada daquela situação, estava perdido em algum lugar do mundo, sem dinheiro, sem documentos e só com a minha roupa de dormir, para minha tristeza. Andei e andei pelas ruas e senti frio por dentro, minha garganta comprimiu-se em um nó forte e eu já estava entrando em desespero com tudo aquilo que estava acontecendo.

Meu nariz começou a sangrar e todo aquele sangue já estava na minha camisa branca, que já estava vermelha. Senti-me cansado. Com dor de cabeça. Fraco. Com dores nas juntas. Tinha alguma coisa naquele ar. Foi quando eu avistei aquela pessoa. Não sei dizer se era homem ou mulher, pois estava usando roupas especiais, roupas que os cientistas usam em laboratórios, que protegem de doenças. Chamei:
- Ei – Eu respirava com dificuldade, o que estava acontecendo comigo? – Ei, você. – Chamei de novo, o meu amiguinho parecia não escutar.

Mas de repente, o cara virou e caminhou na minha direção, não tinha forças nem pra andar, então, não houve objeções. O cara me pegou no colo e eu desmaiei.

Acordei novamente, mas desta vez estava em uma espécie de enfermaria muito sofisticada, com máquinas novas que brilhavam e coisas que eu nunca vi na vida. As pessoas ainda estavam de máscara e com roupas especiais, mas estavam conversando, quase discutindo. Li em cima da porta: “ENFERMARIA DO RIO DE JANEIRO”.
Morri de susto, não podia acreditar que aquilo era o Rio de Janeiro. O meu Rio de Janeiro. E fechei os olhos e rezei sem saber pra quem.

Posso até cansar, mas acordei de novo. E dessa vez estava na minha cama, no meu apartamento, sem nenhum sangue na minha blusa, me sentindo bem, mas ainda estava cansado. Lembrei desse sonho, ou pesadelo, e não me senti seguro, pois o futuro é tão incerto que me causa medo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Soundshit.

Aquilo que você gosta de fazer com
Aquilo que você não sabe fazer.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Os pombos daquela praça.

Tirei um dia para sentar-me na praça que fica perto da minha casa, uma atitude normal pra deixar o tempo passar e relaxar um pouco. Mas naquele dia, decidi ir lá para pensar na minha vida e dar comida aos miseráveis pombos. Fiz uma tola comparação da minha vida com a vida dos pombos, tola mesmo porque os pombos não pensam, então não sofrem. Continuei a olhá-los por não ter opção e comecei a lembrar da minha situação: Meus pais estão mortos, desde então vivo sozinho naquela casa; aprendi a não ver sempre o lado ruim das coisas, aprendi a não ter medo de viver, aprendi a não ter medo da morte.

“O medo da morte não te impede de morrer, te impede de viver.” Já dizia um grande psicólogo. E eu me prendi naquelas palavras, fiz delas, as minhas.

A morte não me dá mais medo. A vida me estremece. Os dias vão passando, e vou tentando encontrar a fórmula de viver cada dia como se fosse o último, esquecendo o passado e deixando o futuro para o amanhã, se chegar. Tentando viver feliz comigo mesmo, tentando fazer as escolhas certas para que o reflexo disto tudo seja confortante na medida do possível. Sem lhe prejudicar. Sem me agredir.

E quando chega a hora de partir, os pombos me olham, suplicando por mais migalhas de alimentos, por mais atenção. Permito-me tentar achar alguma coisa, mas não há mais nada a oferecer aos pobres pombos daquela praça. Nem tudo é do jeito que se deseja, tanto para nós, tanto para os pombos que me deixam partir desejosos.

domingo, 4 de julho de 2010

Me julgue!

O que vamos fazer agora que a neve já caiu?
O que queres ser agora que a guerra acabou?
Vivendo com olhos grudados em tudo
Durante aquela confusão você achou
Que andando com passos incertos
Chegaria à terra dos abençoados
Mas os seus desejos não saíram dos versos
Que você me contou nos chuvosos sábados. De paz.

Às vezes você me dizia que eu sairia ileso
Sem o peso dos meus membros pesados
Arrastando-me por entre as pessoas deitadas
Por vezes, me sentia surpreso.
De como eu sobrevivi sem seus cuidados;
Sem seus movimentos e carícias delicadas.

Perguntava-me se valeria a pena
Chegar ao meu grande amor e eterna
Com pouco mais que meus trinta anos
Sem aquelas estratégias; sem os planos.
De aqueles mestres da artilharia, mortos,
Com suas próprias agonias, com seus temores.

Ilumine-se, meu amor, me julgue!
Eu não deveria participar daquela marcha.
E eu não quero ver seus olhos no escuro.
Repreendendo-me de quando em vez,
Pra despertar, o meu rancor e o ódio, não seguro.
Tornando-me imaturo, duro, impuro, obscuro.
Não me ame! Eu sou digno de seu talvez.
Oh sim, me julgue!

sábado, 3 de julho de 2010

O meu amor.

Hoje me peguei folheando e lendo um livro de poesias de autores pouco conhecidos pelos brasileiros, um ótimo livro por sinal que me fez pensar nos versos e nas rimas ali escritas, um mar de palavras cheias de significados e pormenores discretos. Um novo ânimo que tive após colocar aquele clássico na estante, depois de ler tantos poemas sobre amor não pude deixar de me perguntar: “Será que alguém me ama?” a resposta chegou quase instantaneamente na minha cabeça: “Não.”

É claro que eu não fico bem com tais pensamentos, mas pareço um bobo esperando você chegar. Até por que, eu sou patético na área do amor, sou um zero à esquerda de verdade. Ler é sempre mais fácil do que agir na realidade, escrever também. Mas, como disse, acabo como o bobo que vê sempre o que não existe no seu olhar.

Nas raras ocasiões em que acertei e fiz acontecer um amor, logo fui desarmado por ele que me deixou deveras cansado de você. Nunca, as coisas são como nós esperamos, ou quase nunca. E sempre perco uma grande amizade nessas aventuras do amor.

Pois eu não sei, até agora, como lidar com tudo isso.

O amor é muito complicado e eu sou muito complicado. Mas o amor é divino e majestoso e eu não sou nada. O amor me deixa cego, surdo e mudo e eu não causo nenhum efeito a ninguém, Porque o amor é divino e majestoso e eu não sou nada.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A sétima letra do alfabeto.

Com as suas pequenas mentiras, foi criando um grande elo com o inevitável. Quando o branco vai contra seus princípios, se contradizendo e complicando-se de tal forma que já a verdade dói no coração. A razão pesa e o ânimo não melhora. As pessoas ao seu redor não veem como pode haver razão nos seus conceitos e você se isola. Descobrindo que o anjo não era tão branco assim, não era tão puro assim, não era tão justo assim, nem tão bom assim.

Os assuntos passados o incomodam e as coisas estão caindo devagar. Converge devagar, para a solidão densa. Desespera-te. Não acorda. Desespera-te, destruindo-se com as suas pequenas mentiras. Desespera-te.

E agora, a pergunta corre como um fluido pelas correntes de fluidos: O menino de cabelos castanhos, baixinho e extrovertido nunca existiu?
Em minha opinião, nunca.
Argumentações insanas o destroem devagar e devagar você está afastando-se de todos que o faziam feliz. Eu não desejo nada de mal a você, agora. Só desejo que siga feliz consigo mesmo, pois a minha consciência está limpa.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Momentos incompletos.

Por muito menos, eu estava te abraçando.
Mesmo sem perceber que te desejava, eu sentia algo além daquelas palavras, além daquelas conversas. Não posso negar que eu achava que esta parte, não iria chegar. Cheguei a me desesperar e a me desprender dos meus pobres pensamentos sombrios com mortes frias em calçadas frias. Mas é incrível como tudo aconteceu.

E todas as decepções do meu coração se perdiam nos simples momentos com a sua presença, e todas as subjugações com a minha alma, não se revelam tanto, agora. E todas as coisas que você me disse, eu não consigo esquecê-las.

E agora, me pegar olhando para longe do mundo, rindo sem a menor graça, é mais do que fácil, porque nossas vidas se uniram. Por momentos. Mas belezas não surgiram e muito menos minúcias. E meus olhos ficam vagos e as flores ficam belas e não se fecham. Mas meus sonhos continuam. E meus olhos continuam. Olhando-a sem parar.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Você.

Hoje eu me dei conta de que você surgiu do nada, ou pelo menos surgiu de onde eu menos esperava. Tudo, como sempre, estava confuso. Todas as coisas que eu estava fazendo me deixavam cada vez mais abalado comigo mesmo.

A cada escolha, a cada lugar, a cada pessoa; meu coração estava em uma montanha russa. Quando olhava pro lado, sabia que não iria aguentar por muito tempo. Estava caindo, mesmo que devagar, mas estava caindo.

Acho muito difícil falar que tudo melhorou, porque eu sei que você vai sofrer. Sei disso porque eu não posso amar, é perigoso demais pra nós dois. Eu não sou digno de você.

Mas eu não consigo me afastar. Você é tão boa pra mim, é engraçada, inteligente e bonita. Eu preciso pensar se irei ou não me perder nas suas caricias ou se simplesmente ficarei só.

terça-feira, 22 de junho de 2010

O último pôr do sol.

Você olhava na direção do grande monte a última vez que a vi, o grande monte que fica perto do nosso colégio. Seu rosto estava sério e inevitavelmente, uns tremores passaram pelo meu corpo, você estava se preparando para alguma coisa importante. E eu estava com um pressentimento ruim.

Preparava-me para uma prova de álgebra que iria fazer dali a alguns minutos, mas a minha maior preocupação era você. Decidi proferir seu nome, mas nada adiantou. Começou a correr não ligando para mim. Precisava falar contigo.

Entrei no pequeno bosque que dava para o monte, Susan já estava bem mais distante e eu notei que sairia sujo e rasgado daquele bosque, quando minha blusa prendeu pela primeira vez em um espinho. Depois de meia hora subindo notei que o sol estava quase se pondo e eu estava começando a ficar seriamente preocupado com Susan.

Enfim, cheguei ao ponto mais alto do monte e Susan estava um passo do abismo olhando diretamente para o sol. Gritei:
- Susan, volte! O que você está fazendo? – Ela virou, me olhou e voltou a fitar o sol como se dependesse daquilo para alguma coisa.
- Susan, não estou brincando com você...
- Quem te chamou aqui? Você é tão patético, tem uma mente tão fechada. A verdade é que você não sabe de nada! – Ela disse tudo aquilo e eu fiquei chocado, ela nunca tinha me tratado daquele jeito. Tudo o que pude falar foi:
- Eu só estava tentando ajudar. – Mas nessa hora, eu senti uma presença muito forte, não era nada mortal, mas era inútil tentar achar aquele ser.
- Está na hora, eu agradeço pela sua preocupação, adeus Carlos. – Ela não poderia se jogar, eu não deixaria, corri para ela para puxá-la, mas tudo o que aconteceu a seguir foi muito rápido:
O sol estava completamente alinhado com o monte e Susan abriu os braços e explodiu em uma chuva dourada. Fui jogado para trás com uma força incrível, batendo com a cabeça em uma árvore e perdi a consciência.
Acordei no hospital da cidade, sem saber ao certo se tudo aquilo foi um sonho ou não.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Eu não sei a resposta.

Hoje eu escutei seu nome, estranho, pois você não estava tão perto assim de mim, mas foi uma pergunta direcionada a ti. Talvez seja bobagem ou uma simples coincidência, mas fiquei feliz com aquilo.

Devo confessar por aqui, que estou encantado com o seu jeito, estou encantado com suas falas, mas esse, o encanto, é o mais sincero que existe.

Isso quer dizer que estou apaixonado?

Eu acho que não, ou talvez sim. E é a primeira vez que confesso isso pra mim, e olha cá onde estou?!

Tenho-a como conhecida, isso não me dá muitas esperanças e se alguém me perguntasse quanto tempo tenho, eu diria: Não muito.

domingo, 20 de junho de 2010

Adeus, Bruna.

Quando a notícia chegou, eu estava arrumando o meu quarto ouvindo músicas no meu Ipod. Estava despreocupado, vivendo um dia normal como todos os outros.
Naquele dia minha mãe apareceu muito aflita na porta do meu quarto, aquele comportamento pra ela era muito estranho, ela sempre foi muito alegre. Mas naquela hora seu rosto estava sério. Ela me olhou e disse:
- Não sei como lhe falar...
- O que foi mãe? – corri interrompendo-a.
- É muita tristeza, eu estou mal e quero que você fique calmo quando lhe contar isso. – Ela me olhava com olhos tristes e chorosos.
- O que foi mãe? – repeti nervoso.
- A Bruna faleceu hoje, em um acidente de carro – Ela disse isso, sentou-se na cama e começou a chorar com as mãos no rosto.

A minha reação foi diferente, fiquei paralisado ao som de “dezesseis” da Legião Urbana, não conseguia acreditar nisso, como pude perder a única pessoa que me compreendia? Como pude perder a única pessoa que me consolava? Como pude perder tão de pressa alguém que eu amava tanto?
Nem percebi que minha mãe estava me abraçando, Bruna significava muito para ela também. Continuei paralisado, sem perceber que as lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Na verdade, eu não queria acreditar.

“EU NÃO ACREDITO!” gritei sem querer, não conseguia controlar minha voz. E senti minha mãe soluçar com mais força e me apertar mais. Nós ficamos daquele jeito muito tempo, que me pareceram horas.
E no fim, nossas vidas seguiram.

sábado, 19 de junho de 2010

You are so far now.

Só consigo me concentrar em não te fazer mal, só consigo sentir o seu coração. Eu não estou conseguindo me refazer por não querer deixá-la ir, por não querer deixá-la seguir. Eu preciso de você, sabes disso, mas o nosso futuro é incerto e eu tenho medo de comprometê-la.

Por todos os risos daquelas tardes que nós passamos no colégio, ou por todas as nossas brigas, que na verdade não eram brigas. Eu não vou prendê-la aqui; não quero soltar a tua mão, mas sinto que este detalhe não é tão importante quanto o seu coração destruído.

Mas por favor, querida, prometa que quando estiver longe lembraras de mim como aquele que sempre te quis bem, que fazia por você, que chorava por você e que morreria mil vezes por você.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

As únicas opções.

Mais uma vez, subi no ponto mais alto de Monroeville para observar o lindo pôr do sol que estava se formando, pensei nas várias coisas que eu te disse e nenhuma delas foi suficientemente clara como eu as planejei. Quando o sol desapareceu, não pude deixar de notar as grandes estrelas que apareceram no céu, como se elas tivessem marcado um encontro ali, logo vi a minha constelação favorita: Hércules.

Pensei em como Hércules era forte e em como equilibrava sua força. Depois, pensei em mim, uma pessoa comum, sem nenhuma qualidade excepcional e com muitas magoas mal afogadas. Acho que eu simplesmente não sei equilibrar minhas emoções e sofro por isso.

Estava me sentindo mal ali, sozinho no escuro daquela colina e ainda existiam aqueles dois caminhos a seguir.
Um deles me levava ao auge da minha insanidade, me levava a perder as esperanças em continuar uma vida sem você; o outro caminho me levava a você.

O único problema é que eu não quero estragar a vida de ninguém, não quero estragar a vida dos meus inimigos, muito menos a dos meus amigos.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O mínimo que eu poderia ter feito?

Hoje eu acordei sozinho no nono andar do meu prédio, mal pude perceber que você já tinha saído. Podia sentir você comigo mesmo estando tão longe. A janela estava aberta e o meu coração estava fragmentado, como se ele tivesse perdido sua essência. O dia estava amanhecendo devagar e eu estava com tanto frio... Que por um momento me abracei e congelei por dentro.
Estava sangrando, estava machucado e nada poderia me curar, as lágrimas escorriam do meu rosto e eu estava só. Dominado pelas perdas, não conseguia organizar meus pensamentos, todas aquelas imagens, todos aqueles sons apareceram de uma vez e os passos começaram a ser contados.
10 – você não ligaria para uma pessoa insignificante;
9 – seus olhos saiam e entravam na minha mente como uma imagem de um roxo negativo nas órbitas;
8 – o frio me congelava cada vez mais;
7 – impressão ou eu estava sendo observado por olhos divinos?
6 – o vento castigava o meu rosto, facas afiadas estavam entrando em minha pele;
5 – você parecia estar feliz, agora;
4 – sinto algo inexplicável no peito, como uma angústia profunda;
3 – o fim da linha está próximo;
2 – você precisa sair de mim;
1 – o amor está morto.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pas de nom.

De início, eu não sei por que penso tanto em ti.
Se nem ao menos consigo manter-me neutro ao seu lado
E tudo o que eu consigo fazer, é me sentir abalado.
Por todo o peso das minhas inúteis promessas.
Ainda que poucos dias, me mostrem que aqui,
Nem tudo é perfeito e você está distante de mim
Mesmo eu podendo alcançá-la e beija-la.

As noites agora são tão longas,
E os dias são tão curtos.
E eu posso observar cada detalhe de seu semblante
Posso ouvir sua voz e olha-la nos olhos claros e calmos
Mas as noites continuam sendo longas.

Digo isso, porque não aguento a pressão.
A pressão que faz meu cérebro pensar
Que mesmo sem alcançar ou falar com você.
Eu vá ficar bem. E digo:
Você querida, você é incrível.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O outro lado do mundo.

Lembra daquele dia, em que nós nos encontramos?
Acha que poderia ser melhor que outro dia?
Lembra que nós corremos e rimos tanto que doía a barriga,
E nos sentíamos tão bem quanto toda felicidade do mundo?

Algum dia, você já se perguntou: “onde nós estamos?”
Porque não me conformo como o mundo poderia
Estar absolutamente mudado daquela vibe amiga
E nós não somos mais felizes, neste mundo.

sábado, 12 de junho de 2010

O par imperfeito.

Hoje, eu pensei muito nas coisas que não vão chegar.
Tentei provar para mim mesmo que não estava sentindo
Por todos os olhares, por todas aquelas baboseiras,
Eu não podia me enganar. Na verdade, eu não conseguia.

Não conseguia acreditar que por minutos eu pensei
Que um dia você estaria ao meu lado
E me pego, te encontrando em sonhos tortos,
E me faço jurar que não irás me visitar, mas é tudo em vão.

É tudo em vão, quando lhe digo,
Que posso esquecer seus olhos verdes mirando-me.
É tudo em vão, quando lhe digo,
Que não confiaria em você, mesmo não te conhecendo.
É tudo em vão, quando lhe digo,
Que não preciso de você.

Pois tudo o que sorri para verdade em mim,
É que nós dois formaríamos um estranho par.
Mesmo que bonitos, seríamos.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

How I disappear.

Mude o rumo da minha mente
Nem que por pouco tempo.
Eu quero sorrir de verdade
Eu quero voltar a ver como tudo é bonito
Por que você teve que aparecer,
Fazendo-me desaparecer?
Eu espero que seja feliz, mesmo.
Por um momento, eu pensava,
Que tudo estava certo
Mas o que eu estou fazendo?
Sinceramente, eu não me conheço mais.
Reforçando nada, construindo vento.
Que o vento leve, a dor.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Quarto Branco.

Neste quarto branco
Eu tento encontrar e eu tento acreditar
Que a felicidade existe pra mim
Neste quarto branco
Os rostos já não são importantes
Perdem o brilho, perdem a cor,
E o que os faz feliz
É simplesmente a dor.
E neste quarto branco
Eu ainda procuro você
Olhando-me fixamente que
Fura-me a alma.
Mas você seria apenas você
Porque a partir de hoje
Eu não me importo mais.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Soneto 2

Os ares beijam meus cabelos
Os cabelos percorrem minha pele
A minha pele absorve os temperos
Os temperos de um amor leve

Quantas forças me fazem bem?
Que me protegem de maneiras hábeis.
De tudo que vier sem
Os aromas das formas agradáveis.

Como poder confiar
No que o próximo diz se
O jeito é conhecer?

Como desprender ou falar
De alguém daqui se
Eu nunca vou saber?

domingo, 6 de junho de 2010

A sociedade.

Tantas vezes eu olhei pra trás e apenas vi o passado, que não me importei muito com a minha vida neste presente chato, ás vezes eu deixei algumas coisas passarem ou algumas pessoas que poderiam ser essenciais para mim hoje. Tantas vezes eu me perguntei se haveria alguém que cavaria tão fundo só pra proporcionar uma queda mais dolorosa para seus inimigos, e sempre há. Sempre que eu puder te olhar nos olhos eu vou dizer que, neste mundo, todos os seres são movidos por desejos insaciáveis que por vezes não são satisfeitos.
Os indivíduos vão seguindo a “fila da alienação” e nem sabem disso. Essas pessoas são grandes pontos de interrogação, que podem por sorte, ou não, sobreviverem aos desafios da sociedade. Como são maioria não sofrem a exclusão social, mas ainda assim, existem aqueles que não conseguem os seus lugares ao plantel dos “sem cérebro” como último caso, cometem o famoso suicídio.
É claro que eu não posso dizer que estou livre desse destino e muito menos vocês, mas procuro viver um pouco afastado de tais problemas sociais.

sábado, 5 de junho de 2010

As verdades de um texto.

E mesmo que por frações de segundos, eu sinta que eu achei, enfim, tudo que eu queria, vejo que arrumei mais coisas a pensar que não vão me levar muito longe. Se ter o poder de tocar as pessoas com palavras é fazer ao pé da letra tudo que se diz, tenho certeza que não sou digno de tal excepcional talento. E é aí, que por frações de segundos, eu percebo que você não é nada pra mim. Tenho certeza que nunca chegará a ver com meus olhos esse texto, e é isso, pelo menos, uma das melhores partes das verdades.

"Leve-me".

Eu andava pelo jardim que meu marido havia construído a muitos anos no terraço do meu apartamento, era noite, estava frio mas eu precisava achar um meio de lembra-lo de novo. O perfume dos lírios me transportava para os campos mais verdes e o vento não estava mais castigando tanto os meus olhos, e quando eu os abri, ali estava ele, o meu querido Josterno que partira a alguns anos, por conta de uma grave doença. E nós não estávamos mais em meu terraço, estávamos em um grande campo com milhares de lírios por toda parte. Meu marido acenou e eu andei até ele, cada passo que dava, era mais um ano rejuvenescendo e quando cheguei perto, pude olhar cada detalhe dos seus olhos castanhos esverdeado, ele usava um manto branco e me olhava com certa ternura. Ali, eu me sentia mais do que uma mulher, eu me sentia uma alma iluminada pelos céus. Josterno pegou a minha mão, e sua mão fria me fez lembrar do mundo em que eu estava, poluído, frio, sombrio.
Tudo o que queria era viver para sempre ao lado de Josterno naquele enorme jardim onde eu não tinha nenhuma necessidade, a não ser olhar para aquele ser a minha frente. Ele tocou em meus cabelos, aproximou-se de mim e disse num sussurro meu ouvido “você está morta!”.
Eu levei o maior choque da minha vida, mas soube que aconchegada ali, nenhum mal me aconteceria. E eu apenas dormi em seus braços.
“Mulher é encontrada morta perto de um prédio no Rio de Janeiro, após cair de 8 andares. Estava descalça e usava um manto branco, os médicos não entenderam porque não houveram hemorragias internas e nenhum arranhão externo, na mão, ela tinha um papel com os dizeres:’leve-me’, e isso é tudo”.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Soneto 1

E tudo o que existir
Devo igualar ao inexistente
Porque tenho que atingir
De algum jeito o equivalente

E mesmo que um anjo passe
Com um ar de infindas alegrias
Espero que nunca impasse
Tremores de más energias

Por serem anjos talvez
Mas mesmo o próprio diabo
Iria gozá-los.

Devo querer ajudá-los
Que por menos deveriam livrar-me
De todo o mal que há.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Ares.

A palavra que me alivia, é pequena.
Ao ouvi-la as pessoas estremecem
Se for seguida como eu desejo
Pode lhe causar dor, pode destruir cidades,
Matar muitas pessoas e ainda assim, eu nunca fico satisfeito.
No coração de todo ditador, há a minha semente, crescendo.
Esta palavra constrói pessoas desumanas e destrói a humanidade.
Com seus mísseis, armas e bombas.
Com suas espadas, escudos e machados.
Com suas lanças e canivetes.
Eu preciso ver, escutar e sentir o sofrimento de cada alma.
Guerra.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O esquizofrênico.

Havia um escuro em que eu não conseguia me achar, não conseguia encontrar nem ao menos o ar que me envolvia. Com o desespero quase queimando a minha pele, eu me joguei no abismo. As vozes me chamaram, as sombras me guiaram, os corpos me carregaram para dentro de outra realidade.
A claridade cegou os meus olhos, que uma vez abertos já não funcionavam mais. Naquele momento, com a mais pura escuridão adentrando o meu corpo, eu sentia um frio que eu nunca imaginaria sentir, como se meu sangue congelasse, como se o meu corpo parasse aos poucos de funcionar. A minha consciência foi se esvaindo e envolvido pelo frio, permaneci ali, respirando com dificuldade.
E então, eu acordei, e estava enxergando novamente e em parte me sentia um pouco aliviado, mas algo me preocupava. Minhas mãos suavam e minha garganta estava seca, meus instintos me deixaram imóvel e permaneci ali, estava numa sala branca, deitado numa maca, esperando por alguém ou alguma coisa, vi que estavam me dopando e logo percebi que ali era algum tipo de casa de saúde.
Relembrei de toda a minha vida, quando era criança e brincava pelos campos do sítio do meu avô, quando era adolescente e andava despreocupado pelas ruas da cidade com meus amigos, e então, eu me lembrei dela, a mais bela de todas as mulheres aos meus olhos, aquela que me fez ter força para chegar até ali, mas até onde eu iria agüentar?
Afinal, tudo aquilo fora um sonho, mais um sonho de um homem que não tem nada, nem a própria vida lhe pertence.
Este homem cometeu suicídio três dias depois do que se passou retardando sua morte. Não agüentou os sonhos que só ficaram piores com personagens que sua cabeça foi criando, quando não estava dormindo agia como se estivesse vendo algo realmente horrível pela sala, os gritos dele eram ouvidos de outros prédios e a Esquizofrenia o matou.

domingo, 30 de maio de 2010

O último desejo.

Queria tocar seu rosto apenas uma vez
E provar o irreal da realidade.
Queria mostrar que não somos totalmente loucos
Para todas aquelas pessoas da alta idade.
Gostaria de fazer isso depressa
Pois o meu tempo é mais do que pouco
Devo dizer que estou quase morto
Para todos que me conhecem
Diria a você, que nada foi em vão.
Diria também, que estará sempre no meu coração.
E mesmo que eu nunca consiga provar
Que fique claro que tive a intenção
De que também não deixarei de amar-lhe.