sábado, 30 de outubro de 2010

Diálogo da primavera.

- E digo: hoje é o último dia de primavera; estão preparadas para a chegada do verão? – pergunta a voz de um girassol ecoando.
- ó, claro! Eu amo o verão! Nós podemos receber o calor do lindo sol com mais intensidade.
- isso já chega a ser um problema sabia, margarida?! – dessa vez já era a rosa azul falando. – o sol está cada vez mais quente e nós não somos regadas como deveríamos.
- ó, rosa azul, a senhora tem razão. Não tinha pensado por esse lado.
- Margarida, precisamos de um bom humano que cuide-nos. Adoraria ter um. – disse a rosa azul.
- ó rosa, já é bem difícil estar presa ao chão e quase sempre ser pisada por um deles. – disse a margarida com azedume.
- não podemos nos rebelar contra eles, margarida – dessa vez, quem disse foi uma tulipa.
- ó, é claro que devemos, afinal, eles são os verdadeiros culpados por todo o mal. De branca fico rosinha só de pensar neles. – aborreceu-se a margarida.
- ok ok, margarida. E o que vais fazer?
- Nada tulipa. – disse a margarida tristonha. – Não passo de uma simples florzinha pequena que não alcança nem 6 centímetros de altura.
- É, margarida, mas nunca pensaste que você e todos nós, flores, plantas e derivados que damos vida ao homem? Pois se nunca pensou nisso, você não sabe de muita coisa.
- ó, sou uma flor ignorante, tulipa.
- pode ser, mas você sim, luta por seus ideais, margarida. E muitas flores deveriam espelhar sua própria existência a você.
- ó tulipa, o que tens de bonita tens de simpática. – disse margarida sem jeito.

E nesse diálogo, as flores preparavam-se para o verão e viviam seu último dia de primavera.

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