sexta-feira, 5 de novembro de 2010

garoto

Acordo praticamente todo dia às 6 da manhã pra pegar o ônibus que me leva a escola, às vezes o ônibus está cheio, às vezes eu sou a única pessoa a pegar o ônibus, mas naquele dia você estava sentada num dos bancos;
Ok, você. Mas eu não te conheço, e a primeira coisa que pensei ao lhe ver foi: Eu tenho um novo amor.
Isso não é exagero, não pra mim que não sou inconstante assim em relação ao amor.
E tipo que você olhou totalmente na minha direção e abriu um pequeno sorriso, desviando o olhar. - Seu bobo, reparou até nos detalhes.
Você estava lá e eu até esqueci de andar e me sentar, portanto fui cutucado por uma senhora que estava atrás de mim e ainda disse: tira essa cara de bobo!
Eu não conhecia aquela senhora não é?
Bem, esses ônibus são diferentes dos normais, os ônibus daqui têm uns bancos virados para os outro, assim sendo, uma “cabina com quatro lugares’, porém, sem paredes.
Sentei de frente pra você, alguns bancos à frente, mas aí sim reparei no homem ao seu lado. E mais uma vez a velha falou comigo, me mandou fechar a boca senão ela iria descolar do meu rosto. Inconveniência braba. Ok.
Ele a beijou.

Ele a beijou novamente.

Novamente.

Novamente.

- Pare com isso! – ouvi minha voz e a tampei a boca ao mesmo tempo assustado. Todos olharam pra mim assustados.
Está bem, encarei a realidade, eu nunca teria aquela menina. Desviei meu olhar pra janela pra despistar meu constrangimento e notei dando um salto e saltando uma exclamação: Estou a 3 bairros depois do meu colégio!
Legal, peguei o ônibus de volta e o meu dia seguiu o mais chato possível.

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