segunda-feira, 28 de junho de 2010

Momentos incompletos.

Por muito menos, eu estava te abraçando.
Mesmo sem perceber que te desejava, eu sentia algo além daquelas palavras, além daquelas conversas. Não posso negar que eu achava que esta parte, não iria chegar. Cheguei a me desesperar e a me desprender dos meus pobres pensamentos sombrios com mortes frias em calçadas frias. Mas é incrível como tudo aconteceu.

E todas as decepções do meu coração se perdiam nos simples momentos com a sua presença, e todas as subjugações com a minha alma, não se revelam tanto, agora. E todas as coisas que você me disse, eu não consigo esquecê-las.

E agora, me pegar olhando para longe do mundo, rindo sem a menor graça, é mais do que fácil, porque nossas vidas se uniram. Por momentos. Mas belezas não surgiram e muito menos minúcias. E meus olhos ficam vagos e as flores ficam belas e não se fecham. Mas meus sonhos continuam. E meus olhos continuam. Olhando-a sem parar.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Você.

Hoje eu me dei conta de que você surgiu do nada, ou pelo menos surgiu de onde eu menos esperava. Tudo, como sempre, estava confuso. Todas as coisas que eu estava fazendo me deixavam cada vez mais abalado comigo mesmo.

A cada escolha, a cada lugar, a cada pessoa; meu coração estava em uma montanha russa. Quando olhava pro lado, sabia que não iria aguentar por muito tempo. Estava caindo, mesmo que devagar, mas estava caindo.

Acho muito difícil falar que tudo melhorou, porque eu sei que você vai sofrer. Sei disso porque eu não posso amar, é perigoso demais pra nós dois. Eu não sou digno de você.

Mas eu não consigo me afastar. Você é tão boa pra mim, é engraçada, inteligente e bonita. Eu preciso pensar se irei ou não me perder nas suas caricias ou se simplesmente ficarei só.

terça-feira, 22 de junho de 2010

O último pôr do sol.

Você olhava na direção do grande monte a última vez que a vi, o grande monte que fica perto do nosso colégio. Seu rosto estava sério e inevitavelmente, uns tremores passaram pelo meu corpo, você estava se preparando para alguma coisa importante. E eu estava com um pressentimento ruim.

Preparava-me para uma prova de álgebra que iria fazer dali a alguns minutos, mas a minha maior preocupação era você. Decidi proferir seu nome, mas nada adiantou. Começou a correr não ligando para mim. Precisava falar contigo.

Entrei no pequeno bosque que dava para o monte, Susan já estava bem mais distante e eu notei que sairia sujo e rasgado daquele bosque, quando minha blusa prendeu pela primeira vez em um espinho. Depois de meia hora subindo notei que o sol estava quase se pondo e eu estava começando a ficar seriamente preocupado com Susan.

Enfim, cheguei ao ponto mais alto do monte e Susan estava um passo do abismo olhando diretamente para o sol. Gritei:
- Susan, volte! O que você está fazendo? – Ela virou, me olhou e voltou a fitar o sol como se dependesse daquilo para alguma coisa.
- Susan, não estou brincando com você...
- Quem te chamou aqui? Você é tão patético, tem uma mente tão fechada. A verdade é que você não sabe de nada! – Ela disse tudo aquilo e eu fiquei chocado, ela nunca tinha me tratado daquele jeito. Tudo o que pude falar foi:
- Eu só estava tentando ajudar. – Mas nessa hora, eu senti uma presença muito forte, não era nada mortal, mas era inútil tentar achar aquele ser.
- Está na hora, eu agradeço pela sua preocupação, adeus Carlos. – Ela não poderia se jogar, eu não deixaria, corri para ela para puxá-la, mas tudo o que aconteceu a seguir foi muito rápido:
O sol estava completamente alinhado com o monte e Susan abriu os braços e explodiu em uma chuva dourada. Fui jogado para trás com uma força incrível, batendo com a cabeça em uma árvore e perdi a consciência.
Acordei no hospital da cidade, sem saber ao certo se tudo aquilo foi um sonho ou não.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Eu não sei a resposta.

Hoje eu escutei seu nome, estranho, pois você não estava tão perto assim de mim, mas foi uma pergunta direcionada a ti. Talvez seja bobagem ou uma simples coincidência, mas fiquei feliz com aquilo.

Devo confessar por aqui, que estou encantado com o seu jeito, estou encantado com suas falas, mas esse, o encanto, é o mais sincero que existe.

Isso quer dizer que estou apaixonado?

Eu acho que não, ou talvez sim. E é a primeira vez que confesso isso pra mim, e olha cá onde estou?!

Tenho-a como conhecida, isso não me dá muitas esperanças e se alguém me perguntasse quanto tempo tenho, eu diria: Não muito.

domingo, 20 de junho de 2010

Adeus, Bruna.

Quando a notícia chegou, eu estava arrumando o meu quarto ouvindo músicas no meu Ipod. Estava despreocupado, vivendo um dia normal como todos os outros.
Naquele dia minha mãe apareceu muito aflita na porta do meu quarto, aquele comportamento pra ela era muito estranho, ela sempre foi muito alegre. Mas naquela hora seu rosto estava sério. Ela me olhou e disse:
- Não sei como lhe falar...
- O que foi mãe? – corri interrompendo-a.
- É muita tristeza, eu estou mal e quero que você fique calmo quando lhe contar isso. – Ela me olhava com olhos tristes e chorosos.
- O que foi mãe? – repeti nervoso.
- A Bruna faleceu hoje, em um acidente de carro – Ela disse isso, sentou-se na cama e começou a chorar com as mãos no rosto.

A minha reação foi diferente, fiquei paralisado ao som de “dezesseis” da Legião Urbana, não conseguia acreditar nisso, como pude perder a única pessoa que me compreendia? Como pude perder a única pessoa que me consolava? Como pude perder tão de pressa alguém que eu amava tanto?
Nem percebi que minha mãe estava me abraçando, Bruna significava muito para ela também. Continuei paralisado, sem perceber que as lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Na verdade, eu não queria acreditar.

“EU NÃO ACREDITO!” gritei sem querer, não conseguia controlar minha voz. E senti minha mãe soluçar com mais força e me apertar mais. Nós ficamos daquele jeito muito tempo, que me pareceram horas.
E no fim, nossas vidas seguiram.

sábado, 19 de junho de 2010

You are so far now.

Só consigo me concentrar em não te fazer mal, só consigo sentir o seu coração. Eu não estou conseguindo me refazer por não querer deixá-la ir, por não querer deixá-la seguir. Eu preciso de você, sabes disso, mas o nosso futuro é incerto e eu tenho medo de comprometê-la.

Por todos os risos daquelas tardes que nós passamos no colégio, ou por todas as nossas brigas, que na verdade não eram brigas. Eu não vou prendê-la aqui; não quero soltar a tua mão, mas sinto que este detalhe não é tão importante quanto o seu coração destruído.

Mas por favor, querida, prometa que quando estiver longe lembraras de mim como aquele que sempre te quis bem, que fazia por você, que chorava por você e que morreria mil vezes por você.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

As únicas opções.

Mais uma vez, subi no ponto mais alto de Monroeville para observar o lindo pôr do sol que estava se formando, pensei nas várias coisas que eu te disse e nenhuma delas foi suficientemente clara como eu as planejei. Quando o sol desapareceu, não pude deixar de notar as grandes estrelas que apareceram no céu, como se elas tivessem marcado um encontro ali, logo vi a minha constelação favorita: Hércules.

Pensei em como Hércules era forte e em como equilibrava sua força. Depois, pensei em mim, uma pessoa comum, sem nenhuma qualidade excepcional e com muitas magoas mal afogadas. Acho que eu simplesmente não sei equilibrar minhas emoções e sofro por isso.

Estava me sentindo mal ali, sozinho no escuro daquela colina e ainda existiam aqueles dois caminhos a seguir.
Um deles me levava ao auge da minha insanidade, me levava a perder as esperanças em continuar uma vida sem você; o outro caminho me levava a você.

O único problema é que eu não quero estragar a vida de ninguém, não quero estragar a vida dos meus inimigos, muito menos a dos meus amigos.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O mínimo que eu poderia ter feito?

Hoje eu acordei sozinho no nono andar do meu prédio, mal pude perceber que você já tinha saído. Podia sentir você comigo mesmo estando tão longe. A janela estava aberta e o meu coração estava fragmentado, como se ele tivesse perdido sua essência. O dia estava amanhecendo devagar e eu estava com tanto frio... Que por um momento me abracei e congelei por dentro.
Estava sangrando, estava machucado e nada poderia me curar, as lágrimas escorriam do meu rosto e eu estava só. Dominado pelas perdas, não conseguia organizar meus pensamentos, todas aquelas imagens, todos aqueles sons apareceram de uma vez e os passos começaram a ser contados.
10 – você não ligaria para uma pessoa insignificante;
9 – seus olhos saiam e entravam na minha mente como uma imagem de um roxo negativo nas órbitas;
8 – o frio me congelava cada vez mais;
7 – impressão ou eu estava sendo observado por olhos divinos?
6 – o vento castigava o meu rosto, facas afiadas estavam entrando em minha pele;
5 – você parecia estar feliz, agora;
4 – sinto algo inexplicável no peito, como uma angústia profunda;
3 – o fim da linha está próximo;
2 – você precisa sair de mim;
1 – o amor está morto.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pas de nom.

De início, eu não sei por que penso tanto em ti.
Se nem ao menos consigo manter-me neutro ao seu lado
E tudo o que eu consigo fazer, é me sentir abalado.
Por todo o peso das minhas inúteis promessas.
Ainda que poucos dias, me mostrem que aqui,
Nem tudo é perfeito e você está distante de mim
Mesmo eu podendo alcançá-la e beija-la.

As noites agora são tão longas,
E os dias são tão curtos.
E eu posso observar cada detalhe de seu semblante
Posso ouvir sua voz e olha-la nos olhos claros e calmos
Mas as noites continuam sendo longas.

Digo isso, porque não aguento a pressão.
A pressão que faz meu cérebro pensar
Que mesmo sem alcançar ou falar com você.
Eu vá ficar bem. E digo:
Você querida, você é incrível.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O outro lado do mundo.

Lembra daquele dia, em que nós nos encontramos?
Acha que poderia ser melhor que outro dia?
Lembra que nós corremos e rimos tanto que doía a barriga,
E nos sentíamos tão bem quanto toda felicidade do mundo?

Algum dia, você já se perguntou: “onde nós estamos?”
Porque não me conformo como o mundo poderia
Estar absolutamente mudado daquela vibe amiga
E nós não somos mais felizes, neste mundo.

sábado, 12 de junho de 2010

O par imperfeito.

Hoje, eu pensei muito nas coisas que não vão chegar.
Tentei provar para mim mesmo que não estava sentindo
Por todos os olhares, por todas aquelas baboseiras,
Eu não podia me enganar. Na verdade, eu não conseguia.

Não conseguia acreditar que por minutos eu pensei
Que um dia você estaria ao meu lado
E me pego, te encontrando em sonhos tortos,
E me faço jurar que não irás me visitar, mas é tudo em vão.

É tudo em vão, quando lhe digo,
Que posso esquecer seus olhos verdes mirando-me.
É tudo em vão, quando lhe digo,
Que não confiaria em você, mesmo não te conhecendo.
É tudo em vão, quando lhe digo,
Que não preciso de você.

Pois tudo o que sorri para verdade em mim,
É que nós dois formaríamos um estranho par.
Mesmo que bonitos, seríamos.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

How I disappear.

Mude o rumo da minha mente
Nem que por pouco tempo.
Eu quero sorrir de verdade
Eu quero voltar a ver como tudo é bonito
Por que você teve que aparecer,
Fazendo-me desaparecer?
Eu espero que seja feliz, mesmo.
Por um momento, eu pensava,
Que tudo estava certo
Mas o que eu estou fazendo?
Sinceramente, eu não me conheço mais.
Reforçando nada, construindo vento.
Que o vento leve, a dor.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Quarto Branco.

Neste quarto branco
Eu tento encontrar e eu tento acreditar
Que a felicidade existe pra mim
Neste quarto branco
Os rostos já não são importantes
Perdem o brilho, perdem a cor,
E o que os faz feliz
É simplesmente a dor.
E neste quarto branco
Eu ainda procuro você
Olhando-me fixamente que
Fura-me a alma.
Mas você seria apenas você
Porque a partir de hoje
Eu não me importo mais.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Soneto 2

Os ares beijam meus cabelos
Os cabelos percorrem minha pele
A minha pele absorve os temperos
Os temperos de um amor leve

Quantas forças me fazem bem?
Que me protegem de maneiras hábeis.
De tudo que vier sem
Os aromas das formas agradáveis.

Como poder confiar
No que o próximo diz se
O jeito é conhecer?

Como desprender ou falar
De alguém daqui se
Eu nunca vou saber?

domingo, 6 de junho de 2010

A sociedade.

Tantas vezes eu olhei pra trás e apenas vi o passado, que não me importei muito com a minha vida neste presente chato, ás vezes eu deixei algumas coisas passarem ou algumas pessoas que poderiam ser essenciais para mim hoje. Tantas vezes eu me perguntei se haveria alguém que cavaria tão fundo só pra proporcionar uma queda mais dolorosa para seus inimigos, e sempre há. Sempre que eu puder te olhar nos olhos eu vou dizer que, neste mundo, todos os seres são movidos por desejos insaciáveis que por vezes não são satisfeitos.
Os indivíduos vão seguindo a “fila da alienação” e nem sabem disso. Essas pessoas são grandes pontos de interrogação, que podem por sorte, ou não, sobreviverem aos desafios da sociedade. Como são maioria não sofrem a exclusão social, mas ainda assim, existem aqueles que não conseguem os seus lugares ao plantel dos “sem cérebro” como último caso, cometem o famoso suicídio.
É claro que eu não posso dizer que estou livre desse destino e muito menos vocês, mas procuro viver um pouco afastado de tais problemas sociais.

sábado, 5 de junho de 2010

As verdades de um texto.

E mesmo que por frações de segundos, eu sinta que eu achei, enfim, tudo que eu queria, vejo que arrumei mais coisas a pensar que não vão me levar muito longe. Se ter o poder de tocar as pessoas com palavras é fazer ao pé da letra tudo que se diz, tenho certeza que não sou digno de tal excepcional talento. E é aí, que por frações de segundos, eu percebo que você não é nada pra mim. Tenho certeza que nunca chegará a ver com meus olhos esse texto, e é isso, pelo menos, uma das melhores partes das verdades.

"Leve-me".

Eu andava pelo jardim que meu marido havia construído a muitos anos no terraço do meu apartamento, era noite, estava frio mas eu precisava achar um meio de lembra-lo de novo. O perfume dos lírios me transportava para os campos mais verdes e o vento não estava mais castigando tanto os meus olhos, e quando eu os abri, ali estava ele, o meu querido Josterno que partira a alguns anos, por conta de uma grave doença. E nós não estávamos mais em meu terraço, estávamos em um grande campo com milhares de lírios por toda parte. Meu marido acenou e eu andei até ele, cada passo que dava, era mais um ano rejuvenescendo e quando cheguei perto, pude olhar cada detalhe dos seus olhos castanhos esverdeado, ele usava um manto branco e me olhava com certa ternura. Ali, eu me sentia mais do que uma mulher, eu me sentia uma alma iluminada pelos céus. Josterno pegou a minha mão, e sua mão fria me fez lembrar do mundo em que eu estava, poluído, frio, sombrio.
Tudo o que queria era viver para sempre ao lado de Josterno naquele enorme jardim onde eu não tinha nenhuma necessidade, a não ser olhar para aquele ser a minha frente. Ele tocou em meus cabelos, aproximou-se de mim e disse num sussurro meu ouvido “você está morta!”.
Eu levei o maior choque da minha vida, mas soube que aconchegada ali, nenhum mal me aconteceria. E eu apenas dormi em seus braços.
“Mulher é encontrada morta perto de um prédio no Rio de Janeiro, após cair de 8 andares. Estava descalça e usava um manto branco, os médicos não entenderam porque não houveram hemorragias internas e nenhum arranhão externo, na mão, ela tinha um papel com os dizeres:’leve-me’, e isso é tudo”.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Soneto 1

E tudo o que existir
Devo igualar ao inexistente
Porque tenho que atingir
De algum jeito o equivalente

E mesmo que um anjo passe
Com um ar de infindas alegrias
Espero que nunca impasse
Tremores de más energias

Por serem anjos talvez
Mas mesmo o próprio diabo
Iria gozá-los.

Devo querer ajudá-los
Que por menos deveriam livrar-me
De todo o mal que há.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Ares.

A palavra que me alivia, é pequena.
Ao ouvi-la as pessoas estremecem
Se for seguida como eu desejo
Pode lhe causar dor, pode destruir cidades,
Matar muitas pessoas e ainda assim, eu nunca fico satisfeito.
No coração de todo ditador, há a minha semente, crescendo.
Esta palavra constrói pessoas desumanas e destrói a humanidade.
Com seus mísseis, armas e bombas.
Com suas espadas, escudos e machados.
Com suas lanças e canivetes.
Eu preciso ver, escutar e sentir o sofrimento de cada alma.
Guerra.