domingo, 31 de outubro de 2010

1

Sou francês.
Onde em Lantosque me formei como arquiteto e era obcecado por poemas em português. Busquei a vida de Alexei Bueno, um poeta, brasileiro.
Ele me mostrou coisas muito interessantes como a obra de Matthias Grunëwald, “Retábulo de Issenheim”. E um dia assistimos Captain Tsubasa juntos em cima de uma árvore na Ilha do coco, uma ilha costa-riquenha, gostei de lá. Mas o deixei e esbarrei em nada menos que Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, que me explicou sobre senado e me mostrou sua extensa árvore genealógica. Logo após, Viajei para Herten, na Alemanha e vi em seu museu o esqueleto quase completo de um ophthalmosaurus. E lá, li também sobre os ataques a tiros em Beltway de 2002. Que decadente. E também por lá encontrei Jessie Baylin, ela estava visitando o local e me chamou para passar uma tarde. Conversamos até sobre a região metropolitana da Baixada Santista de São Paulo, e que conversa. E fomos pelas ruas de Herten demonstrando gratidão a qualquer pessoa que passasse, ela é uma beleza. Ela me disse que se não fosse cantora seria médica. E disse que se espelhava em José Eduardo Souza, um médico cardiologista brasileiro. Eu a interrompi a meio a uma história de ratos em Nova York que ela me contava e disse que meu voo para o Brasil iria partir nesse instante. Corri para o aeroporto e já de noite, observei 16037 Sheehan, um cometa que ia passando como um disco voador.
No aeroporto mudei completamente de ideia e fui para Dubai, visitar Dubai mall. No avião fiz amizade com um escocês que me ensinou uma palavra “Sídhe” que significa em português: montes de terra. Fiquei morrendo de vontade de aprender essa língua, mas caí no sonho: sonhei com um homem crescendo, indo pra escola, indo pra faculdade, indo pro trabalho e morrendo, ó, que tristeza. Esse homem não aproveita a vida. No desembarque encontrei Jandi Lin, uma atriz pornô de filmes norte-americanos. Minha nossa! Conversamos pouco, afinal. No shopping comprei um calendário ático, o disco de Insision, uma banda de brutal death metal da Suécia e assisti Hermes e Renato na sala de vídeos, hilário.
Ao fim deste dia, viajei pra casa em Lantosque e vi um filme “Poucas cinzas” que tratava-se de um filme pós 1ª guerra mundial. Enfim peguei no sono novamente e aqui acaba a história.

sábado, 30 de outubro de 2010

Diálogo da primavera.

- E digo: hoje é o último dia de primavera; estão preparadas para a chegada do verão? – pergunta a voz de um girassol ecoando.
- ó, claro! Eu amo o verão! Nós podemos receber o calor do lindo sol com mais intensidade.
- isso já chega a ser um problema sabia, margarida?! – dessa vez já era a rosa azul falando. – o sol está cada vez mais quente e nós não somos regadas como deveríamos.
- ó, rosa azul, a senhora tem razão. Não tinha pensado por esse lado.
- Margarida, precisamos de um bom humano que cuide-nos. Adoraria ter um. – disse a rosa azul.
- ó rosa, já é bem difícil estar presa ao chão e quase sempre ser pisada por um deles. – disse a margarida com azedume.
- não podemos nos rebelar contra eles, margarida – dessa vez, quem disse foi uma tulipa.
- ó, é claro que devemos, afinal, eles são os verdadeiros culpados por todo o mal. De branca fico rosinha só de pensar neles. – aborreceu-se a margarida.
- ok ok, margarida. E o que vais fazer?
- Nada tulipa. – disse a margarida tristonha. – Não passo de uma simples florzinha pequena que não alcança nem 6 centímetros de altura.
- É, margarida, mas nunca pensaste que você e todos nós, flores, plantas e derivados que damos vida ao homem? Pois se nunca pensou nisso, você não sabe de muita coisa.
- ó, sou uma flor ignorante, tulipa.
- pode ser, mas você sim, luta por seus ideais, margarida. E muitas flores deveriam espelhar sua própria existência a você.
- ó tulipa, o que tens de bonita tens de simpática. – disse margarida sem jeito.

E nesse diálogo, as flores preparavam-se para o verão e viviam seu último dia de primavera.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

veshkas traumatizantes.

Eu era um garoto estranho, eu tinha um desejo secreto.

Quando a guerra começou, meu pai entrava e saía de casa, tenso. Deitava e não descansava, ele estava sofrendo. Ele tinha medo da guerra.
Eu me importava. Eu amava meu pai.
Quando em um dia, não muito depois do início da guerra ele não voltou, eu já sabia.
O exército o chamou e assisti minha mãe em prantos chorar.
Aquilo não era bom.
O pai de um menino da rua de baixo havia morrido poucos dias atrás e senti pena por ele.
Tudo o que conseguia pensar até ali era: ‘eu sou um inútil’, ‘sou um imprestável’.
Eu tinha 9 anos, mas minha consciência era estranha, assim como eu.
Só por não condizer com a minha idade, sofri.
Com o término da guerra, já estava cansado de esperar por meu pai.
Meu herói morreu em um campo de guerra assim como inúmeros heróis de vários amigos meus.
Mas eu ainda tinha um desejo: Quando adulto, teria capacidade mental de suportar idéias nunca vistas nos sonhos mais absurdos do ser humano mais criativo que habitou este planeta, escrevo essa carta agora com 16 anos; amanhã serei o garoto estranho que irá acabar com tudo. Eu irei acabar com o mundo. Eu irei destruir o mundo que tirou meu pai de mim.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Leia isso agora!

Eu ainda acho que você não faz parte disso tudo
Ainda acho que tudo poderia resolver-se sozinho
Com o simples toque.
Você não está libertando o que está preso.
Pense nele como a última saída. Apenas como a última saída.
Mas a sua vida ainda não acabou.
E olha só quem pode vivê-la. Você;
Não que seja fácil, é claro que não é isso.
A razão está acima de você e abaixo estão seus comandos.
Uso-os conforme a razão gosta, entre na dança.
Não durma. Não sonhe. Não descanse, ou descanse a preocupação.
Querida, eu não sou opção, me desculpe.

domingo, 24 de outubro de 2010

expressar, amor, você, difícil.

Eu a observo quase todo dia.
Você não sabe, é claro. Mas eu a observo.
Eu me sinto um bobo por ser assim, Porém mais inseguro.
Você tem a maneira perfeita de me fazer achar, de quase me dar a chance. E eu tenho a maneira imperfeita de me mostrar.
Na verdade, hoje estou perdido por querer viver a procurar você em todo lugar. E por vezes costumo me ver mal. Pelo motivo simples que é: isso não me faz bem.
E o que fazer se você me deixar, a encontrar outros rumos, os rumos divinos em qualquer lugar; em uma avenida, a deitar, pela calçada, a chorar. Mais que sempre a pesar, um vulto, a destacar da multidão.
Então me olha, pela primeira vez em meus olhos. Eu não consigo escrever o que sinto.
Eu não sou ruim, olhe pra mim!
Eu não sou mau, eu não assassinei o amor. E olha o que restou?! O amor. Pobre amor;
Mas você quer ficar. Eu digo:
Permaneça comigo! Permaneça comigo, por favor!
Não vá. Não quero deixá-la partir. Não vá.
Eu sinto que quer ficar, Eu posso sentir.
E você vai, vai embora. Deixa-me sozinho.
Sem a imagem, sem o som, sem o brilho, sem o sol.
Seus olhos vidrados são apagados.
E tudo por um coração defeituoso, assim como o meu.
Para com você. Para com o mundo.
Para não ver. Eu nunca mais irei ver.
Você.

sábado, 23 de outubro de 2010

Cotidiano 1

Sentado na fila de um banco conhecido, resolvi observar.
Observar o comportamento de pessoas que seguiam suas vidas.
Elas entravam, passavam pela porta giratória, passavam pelos guardas que davam ar de segurança para alguns e ar de insegurança para outros (eu me senti indiferente a presença deles, não que eu ache que eles irão proteger-me ou ache que eles irão render-se a algum possível assalto. Só não me importei.). Pegam uma senha. Sentam-se em cadeiras desconfortáveis e esperam. Esperam. Esperam a chamada. A chamada acontece, eles falam com os atendentes. Os atendentes mostram os dentes para confortá-los. As pessoas saem satisfeitas e passam pelos guardas e mais uma vez pela porta giratória.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mau dia.

Eu sinto o cheiro da manhã
Sinto o cheiro do café
Sinto o relógio louco pra cantar
Só por não rimar
Falarei para mostrar
Que nesta manhã eu quero estar
Livre a quebrar, as regras a não fitar.
Por não querer viver, nem mesmo exercer
Mais o papel de nunca condizer
Vivendo, permanecer, vivendo, amanhecer;
A cada manhã de vez em quando
Mostrando e duvidando, mostrando e duvidando.
Do amor que me cercava ali na madrugada.
Apenas a esperar, todo o ar que há.
Apenas na manhã, me sinto como a maçã.
Desejada e cobiçada, desejada e cobiçada.
A maça não está lá, a manhã está lá.
Meu coração já não é completo.
Por isso sou inquieto.

sábado, 16 de outubro de 2010

João ninguém.

João ninguém vivia em uma casa imaginária
Lia livros inventados, brincava com animais gigantescos,
Com insetos gigantes, que eram seus amigos;
Criava gado dourado e aves prateadas.
Jogava dominó conversando com as peças e ria.
Comia frutas com formatos de tacos de beisebol,
Grãos de três metros e bebia vento das montanhas do norte
Dormia no nada e no nada sonhava,
Sonhos disformes, de pessoas monótonas.
De sombras em prédios, de automóveis rápidos.
Em sonhos, viviam as traições e a raiva de pessoas estranhas.
Estranhas eram aquelas que morriam com rancor
Os sonhos sempre eram de coisas que nunca iriam existir
Para João ninguém. Com João ninguém, ninguém.

sábado, 9 de outubro de 2010

Encontre a conexão

Estou cansado da falsidade
Cansado de te ouvir falar
Cansado de morrer de vontade
De você.
Estou morrendo, é verdade.
Estou com pressa de abraçar
Estou com pressa, é verdade.
Estou morrendo por abraçar
As estrelas não estão longe
As estrelas querem brilhar
Eu não quero decepcionar
Eu não quero.
Porém, não tenho forças, você sabe.
Elas só estão ali, não podem parar.
E eu a via nelas, e você vivia em mim.
Pois sim. Enfim.
No meu peito encontre-os
Momentos/sonhos/lugares
Que você vai estar
Que você já esteve
Que você vai morar
Pra sempre comigo
Mesmo sem querer.
Querendo não há como
acontecer.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Liberte-se do sempre.

Levante-se daí!
Não jogue seu tempo fora!
Feche os olhos, respire fundo. Sinta o ar entrando, sinta o ar adentrando você. Escute, escute, escute o ar dentro do seu corpo, ele quer gritar.
Levante as mãos! Olhe como elas são belas.
Olhe como a liberdade as cerca. Você está aproveitando isso? Você sabe que pode acabar. Você sabe.
Libere seus desejos, despeje seus sonhos. Misture-os!
Queira ver o resultado, pois não a nada mais patético que perder a vida reclamando, sofrendo.
Tente outra vez, arrisque novamente. Usa a cabeça, abra-a.
Mostre que não és oco, tente correr. Tente morder. Tente construir. Tente persistir.
Tente concentrar. Tente continuar e continuar...
Você sabe que é especial. Você sabe que sua vida é muito importante. Você sabe disso.
Então, Mostre ao mundo!