domingo, 26 de junho de 2011

Asilo.

Hoje, visitei um asilo.
Conversei com algumas senhoras e elas me respondiam com vários sorrisos, claro, elas ficaram felizes com minha visita, infelizmente, uma das únicas que receberam. Essas senhoras sofriam com algo que muitas pessoas têm medo, a solidão. Os sorrisos estavam lá, mas eu podia notar o olhar distante e triste delas e aquilo mexeu muito comigo e me fez pensar em tudo o que acontece na vida. Fiquei triste, mas estava ali para passar felicidade e afetividade à elas, não sei se consegui mas tentei.
No final, peguei um velho violão a fim de entreter elas e cantar alguma coisa, toquei "All My Loving" dos Beatles e "Anna Júlia" dos Hermanos entre outras e elas me abriram sorrisos dançando e cantando junto e senti que a interação estava ótima, me despedi delas e com mais sorrisos pediram que voltássemos.

Reparei em outra coisa enquanto estava lá, uma borboleta negra que estava no pátio, ela tentava voar, mas não conseguia devido a uma asa destruída, e vi que aquela borboleta estava num lugar onde outras pessoas sofriam com o mesmo, o abandono inconfortante de estar ali até o fim.
O máximo que posso fazer é voltar e continuar levando algum tipo de alegria àquelas senhoras.

sábado, 25 de junho de 2011

1

eu que não conhecia o amor
vou saber o que é amar?
sem nunca te encontrar
poderá, não ser o que espera

eu que julgo o amor assim
mas nunca aprendi por mim
só não saberia ter
alguém a me lembrar de sofrer

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Engrenagens pensantes causam anomias no capitalismo, minha gente.

Ainda expondo ideias, ainda posso.

Um dia, sentado no chão do meu quarto vi que algo estava a me olhar bem embaixo da minha cama. O olhar era frio e sem sentimentos, quase mórbido. Olhei nos olhos da forma, que cada vez mais, me deixava triste. Sem medo lhe perguntei "Quem ou o que é você?"
Quando as palavras saíram da minha boca senti uma péssima e uma ótima sensação: a péssima era que questionar aquilo o deixava inquieto e com mais vontade de me deixar com frio. A ótima era que questionar aquilo me fazia pensar que se todos fizessem isso, talvez, tão grande aquilo não seria.
Numa voz grave, como se quisesse mostrar que tinha o controle sobre mim, falou "Sou o capitalismo. Mas importante é você saber quem és: uma engrenagem."
Já não estava assustado e disse "Engrenagens não pensam."