domingo, 26 de dezembro de 2010

Esqueleto

Sentado no banco público esperando a vida passar lendo o jornal. As folhas de outono estavam pelo chão, haja vista a sujeira amarela alaranjada por toda parte. Às vezes todas as pessoas estavam de férias dos serviços. Eu estava folheando aquele jornal por falta de um meio confortável de permanecer na praça. Mas não lia absolutamente nada, tampouco via as fotos de pessoas que nem ao menos conheço. Naquela manhã, notei meus ossos em frente ao espelho e percebi que minha estrutura era óbvia e calculada. Por cima da pele eram só ossos comuns.
Ouvi algum barulho à direita, desprendi meus olhos do jornal e vinha uma bicicleta guiada por uma caveira, um esqueleto sorridente por falta de esconder seus dentes. Ele me olhou com seus fundos espaços negros que agiam como olhos e disse “Bom dia.”.
Eu sabia que não era um sonho, cocei minha bochecha e deparei com uma mão igualmente branca e feita apenas de ossos, nada mais a cobrir minhas verdades.
Parecia que eu não deveria me preocupar se eu era um esqueleto preocupado ou não, afinal, as coisas não tinham mais distinções e todos eram iguais.

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