sábado, 14 de agosto de 2010

A causa.

Estou infeliz. Estou desenxabido.
O passado me lembra por quem eu já lutei. O passado me lembra quem eu já amei.
Eu tinha apenas uma família e não buscava outro palco. Eu estava desolado. Com muito esforço, paguei um pequeno quarto em um hotel torpe e escrevi a carta:

“Todos aqueles que brilharam pela nação, todos aqueles que sofreram com a destruição. Mostrem-se, por mim, agradecidos; sei que nada sou para lhes falar, pois sou apenas um velho, que há muito não pode pagar a própria conta; que a muito não pode mostrar por conta própria, os sentimentos escondidos em um coração morto.

Escrevo nesta carta, por querer honrar mais um desses homens coitados. Lágrimas surgiram quando não recebia uma única notícia dele Meu filho. Que havia ido para a grande guerra. Pior que isso, só minha mulher com gripe espanhola sendo destruída por dentro. Pobres almas que se foram com a doença e com a 1ª guerra mundial.

Oh, mas meu grande amor, minha esposa, faleceu. E o corpo do meu filho voltou, sem vida. O inverno nunca tinha sido tão frio, naquele ano o sedentarismo abateu-me. Para sempre, calei-me e fui ficando cada vez mais dependente de remédios. Vivi sozinho por anos e anos. E não gostava da insônia, oh a insônia. Eu desejava ter uma noite em paz. Mas isso nunca aconteceu. ”


Levantei-me da escrivaninha, e achei que o cemitério era o melhor lugar para chorar. Lembrando. Lembrando. Pensando. E chorando.

Depois de tudo, eu estava vazio.

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