sábado, 10 de julho de 2010

Incerteza.

Acordei no banco daquela praça em ruínas e estava completamente perdido.

Não me lembro de muita coisa, só lembro que fui dormir em meu apartamento no Rio de Janeiro depois de um longo dia de trabalho, estava cansado e adormeci quase instantaneamente. Naquela noite, meu telefone tocou pelo menos 20 vezes.

Voltando à praça, aquele lugar era estranhamente familiar. Mas me lembro desse lugar bonito, saudável. Uma sensação muito louca que eu estava sentindo ali, sentado no banco daquela praça. Levantei e só aí, notei que o clima estava amarelo. Mas era um amarelo fraco. O ar, as paredes, os objetos, tudo estava meio que irreal.

Não estava gostando nada daquela situação, estava perdido em algum lugar do mundo, sem dinheiro, sem documentos e só com a minha roupa de dormir, para minha tristeza. Andei e andei pelas ruas e senti frio por dentro, minha garganta comprimiu-se em um nó forte e eu já estava entrando em desespero com tudo aquilo que estava acontecendo.

Meu nariz começou a sangrar e todo aquele sangue já estava na minha camisa branca, que já estava vermelha. Senti-me cansado. Com dor de cabeça. Fraco. Com dores nas juntas. Tinha alguma coisa naquele ar. Foi quando eu avistei aquela pessoa. Não sei dizer se era homem ou mulher, pois estava usando roupas especiais, roupas que os cientistas usam em laboratórios, que protegem de doenças. Chamei:
- Ei – Eu respirava com dificuldade, o que estava acontecendo comigo? – Ei, você. – Chamei de novo, o meu amiguinho parecia não escutar.

Mas de repente, o cara virou e caminhou na minha direção, não tinha forças nem pra andar, então, não houve objeções. O cara me pegou no colo e eu desmaiei.

Acordei novamente, mas desta vez estava em uma espécie de enfermaria muito sofisticada, com máquinas novas que brilhavam e coisas que eu nunca vi na vida. As pessoas ainda estavam de máscara e com roupas especiais, mas estavam conversando, quase discutindo. Li em cima da porta: “ENFERMARIA DO RIO DE JANEIRO”.
Morri de susto, não podia acreditar que aquilo era o Rio de Janeiro. O meu Rio de Janeiro. E fechei os olhos e rezei sem saber pra quem.

Posso até cansar, mas acordei de novo. E dessa vez estava na minha cama, no meu apartamento, sem nenhum sangue na minha blusa, me sentindo bem, mas ainda estava cansado. Lembrei desse sonho, ou pesadelo, e não me senti seguro, pois o futuro é tão incerto que me causa medo.

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