domingo, 4 de julho de 2010

Me julgue!

O que vamos fazer agora que a neve já caiu?
O que queres ser agora que a guerra acabou?
Vivendo com olhos grudados em tudo
Durante aquela confusão você achou
Que andando com passos incertos
Chegaria à terra dos abençoados
Mas os seus desejos não saíram dos versos
Que você me contou nos chuvosos sábados. De paz.

Às vezes você me dizia que eu sairia ileso
Sem o peso dos meus membros pesados
Arrastando-me por entre as pessoas deitadas
Por vezes, me sentia surpreso.
De como eu sobrevivi sem seus cuidados;
Sem seus movimentos e carícias delicadas.

Perguntava-me se valeria a pena
Chegar ao meu grande amor e eterna
Com pouco mais que meus trinta anos
Sem aquelas estratégias; sem os planos.
De aqueles mestres da artilharia, mortos,
Com suas próprias agonias, com seus temores.

Ilumine-se, meu amor, me julgue!
Eu não deveria participar daquela marcha.
E eu não quero ver seus olhos no escuro.
Repreendendo-me de quando em vez,
Pra despertar, o meu rancor e o ódio, não seguro.
Tornando-me imaturo, duro, impuro, obscuro.
Não me ame! Eu sou digno de seu talvez.
Oh sim, me julgue!

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