terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mito do subsolo

No subsolo os homens dormiam, os homens viviam. Até hoje me pergunto o que comiam. Bem, eles comiam. Eles estavam presos por seus pensamentos primitivos. Nunca chegaram à superfície e duvidavam cegamente que existia alguma superfície.
Onde um homem, do grupo dos enterrados resolveu buscar uma resposta para a temida ‘superfície’.
Ao acaso, encontro uma rachadura no teto, num lugar inabitado pelos seus irmãos, nada muito grande. De lá ouvia-se barulhos e movimentos. Oh, é claro. Há vida na superfície.
Mas por méritos apenas dele, foi-se encontrar uma maneira de subir. Esperteza e agilidade o ajudaram na façanha. Com algumas ferramentas que lutou para conseguir, abriu uma fenda suficientemente grande para um homem adulto.
A claridade aumentava tanto que seus sensíveis olhos não agüentavam por tanto a luz, tapou-lhe com as mãos o sol, porém a dor era grande nós olhos.
Chegou a acreditar que estava no inferno dos infernos. Ficou horas, sentado perto do buraco com os olhos fechados. E foi cerrando-os. Seus olhos ainda doíam, mas ele as viu: as flores, a relva, as frutas.
E aí chegou a acreditar que se tratava do paraíso. Oh, mas ele não morreu!
Ali era a superfície, um lugar lindo, porém muito claro para um homem sem sol.
Resolveu voltar para o subsolo e contar a todos o que viu e o que existia além do teto ou chão.

Pobre homem engenhoso. Além de não acreditarem nele, foi espancado até a morte por seus irmãos.
Os seres humanos não conseguem mudar a vida de uma hora para outra, não conseguem acreditar em uma nova ideia depois de acreditar em outra por toda vida.
Essa é a realidade.

Uma versão criada por mim do “mito da caverna.” De Platão.

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